Nesta terça-feira, 11, antes da reunião dos membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) na capital da Lituânia, o secretário-geral da aliança, Jens Stoltenberg, anunciou que os países aliados concordaram em “remover os requisitos para a ação de adesão”, o que altera a avaliação sobre a entrada da Ucrânia para o grupo de um processo de duas etapas, para um de etapa única. “O que posso dizer é que estou confiante de que será uma mensagem positiva e forte sobre a Ucrânia e o caminho para a adesão”, disse.
Stoltenberg deixou claro, contudo, que o convite para ingressar na aliança militar será feito à Ucrânia quando “as condições forem atendidas”. De acordo com ele, o comunicado sobre o assunto ainda estava sendo finalizado. No mesmo dia, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, se manifestou sobre o assunto afirmando que as “incertezas” sobre a adesão do país à aliança são uma forma de motivação para que a Rússia, que invadiu o território da Ucrânia em fevereiro do ano passado, “continue com seu terror”. “Valorizamos nossos aliados. Valorizamos nossa segurança compartilhada. E sempre apreciamos uma conversa aberta. A Ucrânia estará representada na cúpula da Otan em Vilnius. Porque se trata de respeito”, publicou Zelensky em sua conta oficial na plataforma Twitter.
Porém, o presidente disse também que “certas palavras estão sendo discutidas sem a Ucrânia”. “Gostaria de enfatizar que essas palavras são sobre o convite para se tornar membro da OTAN, não sobre a adesão da Ucrânia”. A longa mensagem do líder ucraniano classificou a situação como absurda. “É sem precedentes e absurdo quando o prazo não é definido nem para o convite, nem para a adesão da Ucrânia. Ao mesmo tempo, palavras vagas sobre ‘condições’ são adicionadas até mesmo para convidar a Ucrânia”, declarou.
Além disso, para Zelensky, parece não haver disposição para convidar a Ucrânia para a Otan nem para torná-la membro da aliança. “Isso significa que uma janela de oportunidade está sendo deixada para negociar a adesão da Ucrânia à Otan nas negociações com a Rússia […] Incerteza é fraqueza. E vou discutir isso abertamente na cúpula”, prometeu o presidente que participará do encontro em Vilnius nesta quarta-feira, 12.
É importante lembrar que, ainda na segunda-feira, 10, o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, já havia informado sobre a decisão de permitir que a Ucrânia contornasse o Plano de Ação de Adesão (MAP). A Casa Branca, por sua vez, afirmou que o presidente Joe Biden e os outros países aliados devem “enviar um sinal positivo e unido” sobre a entrada da Ucrânia, porém, não forneceu um cronograma específico.
China
Em um comunicado conjunto publicado ontem, os membros da Otan pediram que a China não apoie o esforço de guerra dos russos dentro do território ucraniano. “O aprofundamento da parceria estratégica entre a República Popular da China (RPC) e a Rússia e suas tentativas de reforço mútuo de minar a ordem internacional baseada em regras vão contra nossos valores e interesses” , pontuou o texto.
O pedido também apelou aos chineses que desempenhassem “um papel construtivo como membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, para condenar a guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia, para se abster de apoiar o esforço de guerra da Rússia de qualquer forma, para parar de amplificar a falsa narrativa da Rússia culpando a Ucrânia e a Otan pela guerra, e aderir aos propósitos e princípios da Carta da ONU”.
