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Rotativo: BC propõe extinção

A solução para o problema dos juros elevados e da inadimplência do cartão de crédito no Brasil deve passar pela extinção do crédito rotativo, declarou o presidente do BC, Roberto Campos Neto. Em audiência pública no Senado, ele afirmou que, com esse desenho em elaboração, as faturas não pagas iriam direto para o sistema de crédito parcelado do cartão, com uma taxa mensal de juros que ficaria próxima a 9%. A taxa de 9% ao mês corresponde a 181% ao ano. Hoje, os juros do rotativo estão em 437% ao ano, enquanto o parcelado do cartão está em 196% ao ano. Os bancos, incluindo Bradesco, Itaú Unibanco e BB, argumentam que os clientes não chegam a ficar um ano no rotativo pela própria legislação que obriga as instituições financeiras a ofertarem outras linhas de crédito para os clientes.
Segundo Campos Neto, a medida ainda deve prever a criação de uma tarifa para desincentivar parcelamentos sem juros com cartão de crédito. Nas palavras dele, “não é proibir o parcelamento sem juros, mas tentar fazer com que ele fique um pouco mais disciplinado, fazer de uma forma bem faseada para não afetar o consumo”, afirmou, destacando que os cartões de crédito representam 40% do consumo no País. Na apresentação, o presidente do BC disse que cartões de crédito são um “grande problema” no Brasil, após uma explosão nas emissões nos últimos anos. A taxa de inadimplência no rotativo do cartão está atualmente em cerca de 49%. De acordo com Campos Neto, o patamar não tem paralelo no mundo.

Consignado
A Câmara aprovou proposta de multa para bancos que realizarem empréstimos consignados sem autorização do beneficiário do INSS. O texto, que segue para o Senado, quer evitar que aposentados ou servidores recebam valores sem autorização, gerando encargos. A regra valerá também para financiamento, cartão de crédito, cartão consignado de benefício ou arrendamento mercantil. A proposta prevê que aposentado ou servidor terá 60 dias, a partir do recebimento dos valores, para pedir a devolução.

Confiança sobe
A confiança da indústria avançou 2,1 pontos, de 51,1 para 53,2 pontos. O aumento, conforme a CNI, mostra que o indicador começa a se afastar da linha divisória dos 50 pontos que separa confiança de falta de confiança. O levantamento ouviu 1.373 empresários, incluindo 555 de empresas de pequeno porte, 508 de médio porte e 310 de grande porte, entre 1º e 7 de agosto de 2023. A consulta aos empresários, portanto, foi feita após o Copom reduzir, em 0,5%, a Selic, que agora está em 13,25%.

Mesmo perigoso, cartão é o mais querido
Os brasileiros usaram cartões para pagar R$ 1,7 trilhão em compras no primeiro semestre, salto de 8% frente aos seis primeiros meses do ano passado, segundo a Abecs. Diante da desaceleração do comércio e serviços, a entidade revisou a previsão ao crescimento das compras com cartões neste ano, de 9% a 11%, abaixo do avanço entre 14% e 18% do prognóstico anterior (fevereiro). Se confirmado, algo entre R$ 3,61 trilhões e R$ 3,67 trilhões terá passado por cartões de pagamento em 2023.

Serviços caem
Em junho de 2023, o volume de serviços no Ceará declinou 2,2% frente a maio, na série com ajuste sazonal, após ter reduzido 0,4% em maio. Na série sem ajuste sazonal, sobre junho de 2022, o setor variou negativamente 0,1%, sua 2ª taxa negativa consecutiva neste ano. O acumulado do ano foi a 2,6%, frente a igual período de 2022. O acumulado nos últimos 12 meses, passou de 4,5% em maio para 3,4% em junho de 2023, seu menor resultado desde agosto de 2021 (2,5%).

Turismo também
Seguindo os serviços, em junho de 2023, as atividades turísticas no Ceará caíram 2,4%, sobre maio. Na comparação com junho de 2022, o turismo desabou 9,3%. Entre janeiro e junho de 2023, no entanto, houve expansão de 5,5% frente a igual período de 2022, impulsionado, sobretudo, pelos aumentos de receita das empresas dos ramos de locação de automóveis; restaurantes; hotéis; agências de viagens; serviços de bufê; e transporte rodoviário coletivo de passageiros.

Dívidas: Mutirão de renegociação termina hoje
Brasileiros com contas atrasadas, de qualquer natureza ou valor e independentemente da renda, têm até hoje para recorrer a órgãos de defesa do consumidor de estados e municípios a fim de negociar suas dívidas. Coordenado pela Senacon, e batizado de Renegocia!, o mutirão nacional começou em 24 de julho e tem como objetivo auxiliar cidadãos em dificuldades financeiras antes que as dívidas superem suas capacidades de pagamento.

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