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Quedas em idosos devem receber atenção redobrada, alertam médicos

Quedas podem acontecer em qualquer idade, mas os idosos podem ser especialmente mais prejudicados até com pequenos acidentes. Algumas doenças que acometem as pessoas de mais idade causam a redução da mobilidade ou do campo visual. Dessa forma, atividades simples como tomar banho ou fazer compras podem significar um risco maior para a saúde. Diante disso, adotar os procedimentos e cuidados necessários é fundamental para diminuir sequelas e até mesmo salvar vidas.

Foto: Reprodução/CCC

De acordo com o geriatra da Casa de Cuidados do Ceará, Rafael Pinheiro, no caso de queda, é preciso primeiro investigar se a causa foi por um fator de condição do próprio paciente (como casos de idosos frágeis com redução de massa muscular e fraqueza nos músculos) ou se foi devido a uma questão do ambiente (como um buraco em uma rua ou um remédio inadequado utilizado).

Ainda segundo o profissional, é preciso ter atenção principalmente em casos de fraturas para evitar maiores complicações no quadro de saúde e para averiguar a necessidade de procedimento cirúrgico. “Em todas essas circunstâncias há riscos ao paciente, inclusive no pré e no pós-operatório, por isso a importância do cuidado e prevenção. Uma fratura pode ocasionar uma perda de funcionalidade, piora de algum transtorno de humor que ele já tenha anteriormente, complicações cardiovasculares, entre outros riscos”, alerta.

Prevenção de acidentes

Especialistas alertam: o ideal, claro, é evitar as quedas. Cuidados simples no cotidiano podem ajudar a prevenir acidentes, inclusive em casa. “É recomendado evitar deixar tapetes soltos pela casa, assim como fios; deixar o ambiente o mais iluminado possível; não deixar que animais de estimação durmam próximo à cama do idoso para evitar que ele tropece no animal, assim como não deixar brinquedos de crianças espalhados no chão e não usar saltos, chinelos e sapatos com sola escorregadia”, orienta.

O profissional reforça que, além dos cuidados com o ambiente, é importante também ter atenção aos cuidados clínicos. “É indicado levar o idoso a um oftalmologista pelo menos uma vez por ano para verificar como está a visão dele, além de haver acompanhamento com um geriatra que oriente sobre a questão de possíveis usos de medicamentos que podem causar tontura ou queda de pressão, assim como a prática de fisioterapia, atividade física e uma alimentação saudável para melhorar a massa muscular e ajudar no fortalecimento do corpo”.

Atendimentos

Em caso de queda, uma das orientações é levar o idoso a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) mais próxima. A gravidade do risco determina a agilidade com que o paciente será atendido. No momento de chegada, o paciente passa por um cadastro em que há classificação de risco, em seguida ele é levado ao consultório médico e fica em observação ou aguardando transferência para unidade hospitalar, quando indicado.

As UPAs prestam um serviço especializado, respeitando o grau de priorização do atendimento por gravidade de cada caso, aferido através de um sistema de classificação de risco executado por profissionais de nível superior em enfermagem, garantindo, assim, a precisão desta avaliação.

“Queda em idoso é considerada uma urgência, principalmente se houver algum edema ou dor devido à queda, pois será necessário investigar se há algum trauma. Além disso, sintomas como sonolência, náuseas, vômito, sangramento ou até mesmo desmaios também devem ser monitorados, por isso é preciso levar o idoso a um serviço de emergência o mais rápido possível”, explica Cinthia Rocha, coordenadora do serviço médico da UPA Messejana

A classificação de risco é baseada no “Protocolo de Manchester”, que permite a identificação da prioridade clínica e a definição do tempo alvo recomendado até a avaliação médica caso a caso. “Diante disso, idosos são atendidos primeiro, de acordo com a classificação recebida. Por exemplo, se o idoso é classificado como verde, ele será atendido como prioridade, dentro das pessoas classificadas como verde. Os classificados como amarelo e laranja, irão ser atendidos primeiro, independente da idade, devido à urgência ser maior” esclarece Patrícia Santana, diretora de cuidado e saúde das UPAs geridas pelo Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar (ISGH).

As UPAs também adotam um protocolo de prevenção de quedas nos idosos que estão internados. Nele, o paciente é classificado diariamente em uma escala relacionada a um possível risco de queda. A ideia é prevenir acidentes e proporcionar maior segurança a ele.

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