De acordo com o Fundo das Nações Unidas (Unicef)o alimento ingerido logo após o nascimento da criança tem o poder de auxiliar nas contrações uterinas, diminuindo o risco de hemorragia.

O Hospital Geral de Fortaleza (HGF) está com o estoque de leite materno abaixo do indicado para o consumo de recém-nascidos e prematuros nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) Neonatais. O Hospital está com déficit de cerca de 30% do seu estoque regular. De acordo com a coordenadora do banco de leite humano do HGF, Virginia Aragao, essa diminuição acontece após o período do fim de ano e em seguida as férias no qual as pessoas viajem e não realizam as doações.

Em alguns casos em que o bebê não pode ser amamentado pela mãe, os bancos de leite são a melhor opção para que eles tenham acesso ao leite materno. Em algumas situações especificas a doação do leite pode salvar a vida de um recém nascido. De acordo com o Fundo das Nações Unidas (Unicef)o alimento ingerido logo após o nascimento da criança tem o poder de auxiliar nas contrações uterinas, diminuindo o risco de hemorragia. Além de fortalecer os laços afetivos entre mãe e filho.

Com a baixa demanda de doações e redução do estoque de leite humano, o Hospital Geral de Fortaleza não esta ofertando o alimento materno para todos os pacientes, e sim para aquele mais graves que se encontram na UTI neonatal. “Atualmente, a nossa demanda está em ofertar o leite humano e pasteurizado para os bebes mais graves da UTI neonatal, não esta sendo distribuído para todos os recém nascidos. Por exemplo, os bebes de médio risco nao recebem o leite, pois não temos o volume ideal para atender a todos. Precisamos de uma média de 70 litros de leite humano por mês, e desde o final de ano só conseguimos em torno de 50 litros”, afirma a coordenadora do banco de leite do HGF, Virginia Aragão.

Segundo os dados do Ministério da Saúde, os Bancos de Leite Humano não consegue suprir toda a demanda dos hospitais espalhados no Brasil ,com isso, 40% dos bebes prematuros internados não recebem o leite materno. A solidariedade é fundamental para mudar essa realidade. Nesse contexto, Tereza da Silva, mãe da Ana Julia de 8 meses recebeu doação de leite para sua bebe, que nasceu prematura com 35 semanas e passou 17 dias na UTI, após esse momento difícil ela passou a amamentar a criança e se tornando também uma doadora.”O leite que a minha filha recebeu na UTI fez toda a diferença, então tomei a decisão de ser doadora como forma a agradecimento diante do cuidado que recebi”, declara.

Doações

Para realizar as doações do leite materno, é necessário estar amamentando e ser saudável. É necessário entrar em contato com o HGF para realizar o cadastro de doadora, após isso é feito uma pesquisa sobre os últimos exames neonatais da contribuinte para saber se ela está apta para doar. Além disso é feito uma orientação higiênico sanitárias sobre as coletas do leite, para que o alimento materno chegue até o banco de coleta isento de qualquer contaminação.

“É importante ter em mente que, o melhor leite para os bebes internados é o leite cru tirado na hora da sua propria mãe. Porque esse leite tem toda a qualidade nutritiva, rotulamos como padrão ouro para qualquer bebe recém nascido e principalmente para aqueles de alto risco na UTI neonatal. Na falta do leite da própria mãe, a gente recorre ao banco de leite. Porque o leite pasteurizado é infinitamente mais importante que qualquer outra formula que venha a ser dada para o bebe. Mesmo com algumas perdas nutricionais, ele é incomparável a fórmula, e o bebe que se alimenta do leite humano vai reduzir o tempo de internação se recuperando com mais facilidade. E quanto menor for o tempo de internação menor é o risco de infecção, essa é a grande luta na UTI neonatal”, alerta a coordenadora do HGF, Virginia Aragão.

Para doar basta entrar em contato com o numero (85) 3101-3335, o Banco de Leite Humano do Hospital Geral de Fortaleza funciona de segunda a sexta feira, das 7h às 17h. É importante destacar que o hospital oferece todo o apoio necessário e um trasporte exclusivo para o deslocamento da doadora.

Por Dayse Lima