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Quando o amor nasce primeiro

Por Crisley Cavalcante

“Efui feita para ele, e ele foi feito para mim”. Era essa a certeza da professora Patrícia Silva Ferreira, mesmo antes de conhecer o filho, João Miguel, de 2 anos. O desejo de ser mãe era crescente no coração dela, havia um tempo. A ansiedade e a espera eram quase incontroláveis, mas ela sabia que para tudo, há um tempo certo, regido pelo universo.
Até os maiores amores podem esperar, pois para eles também há um tempo certo. Foram quase três anos, desde a entrega da documentação no setor de Cadastro do Fórum Clóvis Beviláqua, em 2015. Um ano só para entrar efetivamente no cadastro, em 2016. João Miguel só foi para os braços da mãe em janeiro de 2020, mas o encontro ainda ocorreu no apagar das luzes do ano de 2019.


Era uma tarde do mês de dezembro, quando ela foi conhecê-lo. O menino estava institucionalizado na Casa de Jeremias, após ser abandonado pela genitora biológica ainda no hospital. “Ele estava sentado na cadeirinha, quando o vi pela primeira vez. Quando parei e olhei para ele, não sei descrever a sensação que senti. Uma pessoa que esperei tanto tempo e, de repente, estar frente a frente foi simplesmente indescritível”, diz a mãe.
O Natal foi especial para ela e a família, que também esperava ansiosa pelo menino. Ainda durante o processo de vinculação, foi autorizada a levar João Miguel para passar as festas de final de ano com ela. A guarda provisória foi concedida no dia 22 de janeiro deste ano. Desde então, Patrícia transborda e doa amor.


“Ele foi uma criança muito desejada. Me angustiava não saber onde ele estava. Eu já tinha amor por ele, mesmo sem nunca tê-lo visto. Eu era só um número na fila, mas o amor já era grande, a espera já era grande. Quando entrei para fila, ficava me perguntando por onde ele estava, o que estaria comendo, como estaria. Foi quando comecei a comprar as coisas para ele, me realizava muito com isso. Tudo foi planejado. Já imaginava que tudo parecia com ele, mesmo sem conhecê-lo. O meu amor nasceu primeiro”, conta Patrícia, que soube que havia sido vinculada ao menino após uma ligação para o Fórum.


“Aquela foi a ligação mais importante da minha vida. Eu queria vivenciar todas as etapas do desenvolvimento dele, desde a mamadeira, a chupeta, o engatinhar, o andar, queria vivenciar o que uma mãe vivencia, desde o nascimento do filho, e eu consegui. Hoje sou mais feliz por tê-lo em meus braços”, diz. Para João Miguel, que ainda não fala, com certeza a felicidade hoje também é bem maior.

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