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Tributo ao Deputado Ariosto Holanda

Minha convivência com o professor Ariosto Holanda é anterior a sua entrada na vida político-partidária, quando ele ainda era presidente do Núcleo de Tecnologia Industrial do Ceará – NUTEC, na primeira metade dos anos de 1980. Embora feito um jejuno repórter, tive o privilégio de entrevistá-lo algumas vezes.
Admirador da sua inquietude, do compromisso com o desenvolvimento do Estado, bem como das ideias inovadoras que expressava onde era chamado a fazer palestras, suas participações nos debates, que incluíamos no rádio e na televisão, se tornaram cada vez mais frequentes. No âmbito da política, nossa relação começou a se formar em 1987, quando ele assumiu a Secretaria da Indústria e Comércio, no início do primeiro governo do Dr. Tasso Jereissati, quando ele foi um dos expoentes, o primeiro dos pares, da modernização do Ceará, na contextura industrial e econômica, tal como conhecemos hoje.
A consolidação desse vínculo político, social e amistoso com o deputado Ariosto Holanda adveio de uma convivência inicialmente profissional, mas, para o meu privilégio, logo evoluiu para uma fraterna relação de amizade, não só com ele, mas, também, com a sua família, especialmente com o filho – Paulo Holanda – e que perdura à extensão dessas décadas.
A memória desse período é a melhor e mais rica possível. Retenho-a com muita reverência e carinho, pois, para um jornalista em início de carreira, foi uma dádiva o ensejo de conviver e merecer a confiança de um homem público do plano moral, intelectual e do respeito do Dr. Ariosto Holanda. Na qualidade de docente de Engenharia da UFC, fundador e primeiro presidente do NUTEC – ex-secretário do Ceará por duas vezes – (Indústria e Comércio/Ciência e Tecnologia), ex-deputado federal por seis mandatos consecutivos, este fato alentador representa aprendizado, e um estímulo ao conhecimento e ao exercício do pensar de forma inovadora, muitos anos à frente do progresso que ocorria, tendo como objetivo a transformação e o bem-estar coletivo. Significa, pois, uma das mais substantivas experiências da minha vida profissional e acadêmica.
Feito intelectual de sólida formação, professor durante décadas, homem público de alargada experiência no Poder Executivo (Secretário de Estado) e, especialmente, considerando-se o papel que desempenhou no Parlamento como deputado federal em sucessivos mandatos, Ariosto é daqueles homens forjado no debate, na pluralidade de ideias e opiniões divergentes. Pela convivência próxima que temos, testemunho que as opiniões em contrário, as críticas de opositores e da imprensa, até mesmo aquelas despropositadas, jamais foram um problema para o cidadão urbano e político Ariosto Holanda. A demanda pelo diálogo foi, constantemente, um valor irremovível em sua trajetória moral e política.
Conforme os que conhecem de sobejo o deputado Ariosto Holanda, no decurso da sua trajetória de homem público, são incontáveis suas contribuições, em áreas as mais diversas – que vão dos estudos e pesquisas por ele realizados e publicados, sobre educação, engenharia, petróleo e gás, (para quem não sabe, ele é engenheiro da Petrobras), ciência e tecnologia. Você me indaga, no singular, o que considero como o maior contributo da vocação política do Ariosto ao País. A EDUCAÇÃO – respondo – foi a grande vocação de toda sua vida como docente universitário e político. Enfatizo, pois, a Educação, ao conduzir, também, a formação profissional e tecnológica. Ainda nos anos de 1990, como
secretário de Ciência e Tecnologia do Ceará – o Brasil engatinhando em informática (nessa época mal conseguíamos receber uma mensagem de texto e enviar um e-mail – com muita paciência acessávamos uma website) – os computadores não tinham quase capacidade de processamento, Ariosto percebeu que a tecnologia seria o futuro, e, apesar do atraso nesse período, já se aproximava na velocidade da luz.
Demonstrando a sua visão de futuro, foi nesse período que teve a ideia de fundar o CENTEC, com três FATEC – 40 Centros Vocacionais Tecnológicos – CVT – 5 Núcleos de Informações Tecnológicos – NIT, e as Infovias do Desenvolvimento no Ceará. Não demorou muito e, já como deputado federal, Ariosto passou a receber convites de vários governadores de outros estados bem mais desenvolvidos do que o Ceará, para implantar esses centros vocacionais tecnológicos pelo Brasil, sendo hoje uma política pública nacional. Por todas essas contribuições a modernização e ao desenvolvimento do Ceara e do País o professor e ex-deputado Ariosto Holanda tem seu nome registrado na história da educação do Brasil.

Desequilíbrio nas contas
Na semana que passou o jornal Valor Econômico publicou uma matéria trazendo dados do Tesouro Nacional, e de um estudo realizado pela FIRJAN, mostrando que as contas do Ceará, podem ter o terceiro pior resultado fiscal em 2024. A matéria mostra que o orçamento do Estado do Ceará deverá fechar o ano no vermelhão com um déficit em torno de 3,9 bilhões, de acordo com os dados apresentados pelo estudo realizado pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro – FIRJAN. Para um Estado que desde os anos 90, vinha apresentando superávit, e a maior taxa proporcional de investimentos do Brasil, com recursos próprios, além de preocupante, exige de todo o governo um esforço para manter o equilíbrio das contas públicas. Com a palavra o secretário da fazenda.
Picuinha política
Na última quarta-feira o deputado Diassis Diniz, líder da bancada do PT, na Assembleia, foi a tribuna da casa para denunciar o prefeito José Sarto, que no dia anterior havia ameaçado pela imprensa de não conceder licença para a construção da planta de dessalinização que o governo do estado, através da Cagece, vai construir na praia do futuro. Em razão da disputa eleitoral pela Prefeitura, o prefeito Sarto ameaça parte da população de Fortaleza e da região metropolitana, (cerca de 900 mil pessoas), de ficarem sem água para o consumo. Qualquer semelhança com o personagem Odorico Paraguaçu, não é mera coincidência.
Fazendo um ano
A PPP do esgotamento sanitário, tocada pela Cagece com a Ambiental Ceará, empresa do grupo Aegea, está completando um ano agora em maio. Trata-se da maior parceria pública privada do setor de saneamento do Brasil. Dividida em 2 blocos de cidades, com as 4 maiores economias do estado (Fortaleza, Caucaia, Maracanaú e Juazeiro do Norte), a parceria já estendeu mais de 130 km de novas redes, devendo chegar a 350 km até dezembro.
Mais blocos até 2025
Segundo o diretor da Cagece que cuida do assunto, Luciano Arruda, outros 131 municípios do estado já estão sendo estudados para que sejam lançados novos leilões – em pelo menos 3 ou 4 blocos de cidades – para que o exitoso projeto chegue às 152 cidades atendidas pela Cagece.
Mais de 10 bi
Nos atuais 24 municípios onde o projeto se desenvolve, serão aplicados 6,2 bilhões de reais somente em Capex, isto é, em obras de infraestrutura. Com o restante dos 131 municípios (a maioria abaixo de 50 mil habitantes), a perspectiva é que chegue a algo em torno de bilhões a serem investidos até 2033, ano em que esperado o atingimento da chamada universalização do esgotamento sanitário.
Mais empregos
A expectativa é que, também em 2025, a PPP tenha gerado mais de 12 mil novos postos de trabalho, sobretudo para técnicos em saneamento, leituristas, operadores de máquinas e equipamentos para perfuração de solos e recapeamento asfáltico; e também engenheiros, assistentes sociais, laboratoristas e pessoal de T.I.

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