Os resultados de um estudo feito por pesquisadores brasileiros e apresentado durante a 10º Conferência Europeia de AVC (acidente vascular cerebral) em maio podem beneficiar pacientes que sofreram AVC isquêmico agudo.
Disponível no SUS (Sistema Único de Saúde) desde dezembro do ano passado, a trombectomia mecânica (TM) conta com 13 hospitais no país habilitados para o procedimento. Ela é recomendada para pacientes até 24 horas após o início dos sintomas.
De acordo com o Ministério da Saúde, até oito horas depois dos sintomas, uma tomografia é suficiente para dizer se o paciente pode ou não passar pelo procedimento. Após esse período, o procedimento deve ser feito após o paciente passar por exames de imagens avançados, que custam mais caro aos hospitais.
![](https://oestadoce.com.br/wp-content/uploads/2024/06/image-64-edited.png)
“E isso limita, porque poucos hospitais têm isso”, diz a neurologista e pesquisadora Sheila Martins, professora da Faculdade de Medicina da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), presidente da Rede Brasil AVC e da World Stroke Organization.
A pesquisa atestou a eficácia do tratamento sem a necessidade da tomografia. “É um enorme avanço porque possibilita que mais pacientes sejam tratados”, diz Martins. A TM consiste na desobstrução da artéria cerebral por meio de um cateter que leva um dispositivo para remover o coágulo do vaso sanguíneo do cérebro. O procedimento pode aumentar em três vezes a chance de o paciente ser independente após o AVC, por diminuição das sequelas. O AVC isquêmico é o tipo mais comum deles e corresponde a cerca de 80% dos casos.