Juntos, dois partidos concentram cerca de 40% das gestões que terão novos equipamentos anunciados nesta terça pelo ministro e por Elmano. Ao todo, municípios pertencem a 12 legendas
Por Kelly Hekally
PT e PSB são os partidos com o maior número de prefeituras no Ceará que receberão creches do Ministério da Educação (MEC) a partir da verba aproximada de R$ 265,3 milhões do Tesouro Federal, oriunda do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC) e anunciada nesta terça-feira (2).
Com a debandada de gestores do PDT, o PSB passou a ter, pelo menos, 60 municípios sob seu controle, cenário no qual o PT se consolidou com 45 comandos. Com os investimentos, a verba chegará a 11 cidades do PT e a 10 do PSB.
“São 78 creches. Vamos assinar hoje [nesta terça] com 57 prefeitos que já estão autorizados, com o dinheiro empenhado, para começar a licitação das obras de 57 creches. Em breve, nós vamos terminar o resto”, afirmou Camilo Santana em solenidade no Centro de Eventos.
Ao lado do senador licenciado, o governador Elmano de Freitas justificou a destinação como demanda das respectivas gestões por meio da “apresentação dos projetos apresentados”.
“O que eu acho que é muito importante destacar aqui é que felizmente nós voltamos a ter um governo federal que colabora com os governos estaduais, com os municípios. Abre-se um edital para todos os municípios brasileiros, assim como os governos estaduais, apresentam seus projetos independente do partido, independente de quem votou. O importante é que todos os municípios puderam apresentar”, argumentou Elmano.
Na lista de legendas que comandam os municípios beneficiados com os equipamentos estão também MDB, PDT, PSD, PL, PP, PCdoB, Cidadania, Republicanos, Solidariedade e União Brasil.
“Vamos ter aqui 55 novas escolas de tempo integral e 113 ônibus escolares, financiados 100% pelo MEC, que devem estar chegando ao Ceará em breve”, acrescentou o ministro, citando que está aberto o edital para execução da primeira etapa dos repasses e que, em 2025, um novo edital será anunciado.
CABO DE GUERRA
Em cabo de guerra com o PDT, a gestão de Elmano se alinha à do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) valorizando o chamado pacto federativo, caracterizando-o como união de forças políticas entre as três esferas – Federal, Estadual e Municipal – como mecanismos de fomento de obras públicas também em áreas como saúde e mobilidade.
O enunciado encampado localmente pelo governador vem após quatro anos da gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e foi um dos principais pano de fundo no retorno de Lula ao Palácio do Planalto, sobretudo após o 8 de Janeiro.
Na semana passada, o prefeito José Sarto (PDT) disse em entrevista ao O Estado que “o atual governo não faz uma obra se a pessoa não disser que apoia o governo. Não é assim que se faz política”, referindo-se, sem citar nomes, a Elmano, seu ex-aliado.
A referência se deu quando o prefeito comentou a ausência de Ciro Gomes (PDT) de sua pré-campanha à permanência no cargo.
“O Ciro junto com o Tasso foram os dois mentores dessa grande mudança que fez o Ceará estar colocado no mapa mundial […] E, agora, quando ele percebe toda uma volta ao passado, de práticas que ele lutou tanto para serem abolidas, como coação, coerção, perseguição…”.
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“[…] O que nós podemos aqui saudar é a posição do ministro Camilo de podermos garantir para o estado do Ceará mais creches, mais escolas em tempo integral, mais ônibus, um ITA [Instituto Tecnológico de Aeronáutica], um hospital universitário no Cariri, o apoio ao hospital universitário da Universidade Federal do Ceará [UFC]”, defendeu Elmano.
Segundo o MEC, as obras de escolas de tempo integral (ETIs) terão investimento de R$ 670,7 milhões e beneficiarão 55 prefeituras, ao passo em que 113 cidades vão receber novos ônibus escolares, que custarão R$ 51,8 milhões ao orçamento. De acordo com o ministro, os terrenos onde serão construídas as creches e escolas foram doados pelos prefeitos. (Colaborou Hyago Felix / estagiário sob a orientação de editores)
