27.1 C
Fortaleza

Relatório: internações inadequadas persistem na UPA do Canindezinho

Situação também estaria gerando problemas para profissionais que atuam na unidade, uma vez que não estaria sendo possível examinar pacientes de maneira adequada

Por Yasmim Rodrigues

UPA de Canindezinho enfrenta problemas com alta taxa de internações / Imagem: Divulgação

O Sindicato dos Médicos do Ceará continua denunciando as internações inadequadas que estariam sendo feitas na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Canindezinho, em Fortaleza. Desde o início de junho, a entidade tem alertado sobre pacientes que estariam sendo internados na entrada do prédio, em salas de medicação ou outros espaços.

Agora, o Sindicato afirma que um relatório do Conselho Regional de Medicina do Estado do Ceará (CREMEC), elaborado a partir de uma vistoria realizada no último dia 19 de junho, indicou 12 pacientes internados na área de observação adulto, quatro na sala de medicação adulto e dois na sala vermelha.

Além disso, o documento informou sobre a improvisação de um leito de estabilização na área de observação pediátrica.

“A vistoria constatou todos os relatos que fizemos anteriormente, apontando a urgente necessidade de adequação e garantia do mínimo de conforto aos pacientes internados, assim como condições de trabalho dignas aos profissionais que lá exercem suas atividades”, pontuou o presidente da entidade que representa os médicos cearenses, Dr. Max Ventura.

Anteriormente, o Dr. Ventura já havia detalhado ao Jornal O Estado que a situação gerava riscos como a possibilidade de infecção cruzada por pessoas já debilitadas estarem em um ambiente.

“Pequeno, apertado e de grande circulação de agentes patógenos”. De acordo com ele, alguns dos pacientes que estariam enfrentando tal problema são pessoas com quadros graves, como sepse e disfunção renal, que precisam obrigatoriamente de uma internação hospitalar.

A situação também estaria gerando problemas para os profissionais que atuam na unidade, uma vez que não estaria sendo possível examinar os pacientes de maneira adequada.

“Os médicos estão sendo submetidos a um intenso estresse psicológico, enfrentando dificuldades em oferecer um tratamento digno e necessário, sendo ameaçados constantemente por pacientes e seus familiares”, disse o presidente, acrescentando que o cenário já perdura por muito tempo.

À reportagem, a UPA do Canindezinho negou todas as alegações sobre internações na entrada da unidade, bem como ressaltou que são realizados em média, 400 atendimentos por dia. O relatório do CREMEC, porém, indicou a presença de pessoas acomodadas em cadeiras, amontoadas e sem privacidade ou conforto durante a vistoria no final do mês passado.

“Constatamos um grande número de pacientes internados, além da capacidade instalada, acomodados em péssimas condições. É necessária uma avaliação do sistema de saúde para melhoria da assistência”, diz um trecho da documentação.

O Jornal O Estado procurou novamente a UPA do Canindezinho para comentar sobre os resultados do relatório. Em nota, a unidade garantiu que não havia nenhum paciente internado na sala vermelha, onde ficam os casos mais graves, bem como nenhum com perfil pediátrico.

“A UPA 24h do Canindezinho esclarece que a escala de profissionais está completa e que conta atualmente com médicos pediatras e clínicos gerais que atendem conforme a classificação de risco, do sistema Manchester. Além disso, esse mesmo sistema de classificação de risco busca garantir o atendimento de forma mais segura aos usuários. A unidade também realiza o ‘fast track’, método utilizado para gestão das filas, com o intuito de diminuí-las nas emergências, além de transferência de pacientes para outras unidades, de acordo com o surgimento de novas vagas”, afirmou.

Mais Lidas

Férias

As colônias de férias espalhadas pela cidade tem sido muito procuradas pelas crianças neste mês de julho. São espaços onde o contacto com a...

Vegetação da Base Aérea de Fortaleza é atingida por incêndio na noite desta terça-feira (13)

O fogo se rapidamente se alastrou em um canteiro próximo ao muro da base. Até o momento não há registro de vítimas.
spot_img