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Preço do litro da gasolina sobe R$ 1,00 e passa de R$ 6,59 em Fortaleza

Pequenos empreendedores, que possuem menos capacidade de absorver tais aumentos, podem ser os mais afetados

Por Crisley ­Cavalcante / colaborou Hyago Felix ­estagiário sob supervisão

Foto: Dalila Lima / O Estado

Os postos de combustível no Ceará registraram a gasolina a R$ 6,59, um acréscimo de R$ 0,90 se comparado aos primeiros dias do mês de julho, contrariando o aumento do valor previsto pela Petrobras (R$ 0,20). No cartão de crédito, está custando R$ 6,79. Nesse caso, o aumento foi de R$ 1,00 por litro.

Em checagem de preços produzida pelo O Estado em 10 de julho, o valor médio era de R$ 6,19, mas hoje é possível encontrar o insumo a R$ 6,57, como é o caso de um posto na Av. Rogaciano Leite, ou a R$ 6,59, em outro estabelecimento na Borges de Melo.

Já em Maracanaú, na Região Metropolitana, a gasolina está sendo comercializada a R$ 6,49. Segundo Vicente Ferreira, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado do Ceará (Sindipostos/CE), quatro fatores influenciaram o aumento.

“Foi uma infelicidade, pois ocorreram praticamente ao mesmo momento. O primeiro foi o aumento do petróleo Brent, que subiu no mês de junho. No Nordeste, somos mais impactados porque a maior parte da importação da gasolina vem para cá. Outro fator foi o aumento do dólar, seguido do aumento da Petrobras, de quase 8% na refinaria. O quarto e último fator é a questão do etanol, que compõe 27% da gasolina, e tem subido também. Só neste ano, foram 40% de aumento. Os postos já estavam com preço mais baixo e não conseguiram segurar”, explicou.

Ferreira disse, no entanto, que a projeção é que o preço do produto recue nos próximos meses. “Não tem como não repassar o aumento para o consumidor, mas a tendência é de recuo para os próximos meses, como em agosto, mês de queda de vendas”, pontuou.

Ainda segundo o Sindipostos, o aumento da gasolina do Ceará independe do valor repassado pela Petrobras. “O aumento no valor da gasolina cearense não tem dependência com o valor que a Petrobras estabelece, por que somente 30% da gasolina do Ceará vem de refinaria nacional, os outros 70% são do Nordeste e importada”. Os novos valores, no entanto, têm impactado diretamente no bolso dos motoristas cearenses.

A fisioterapeuta e autônoma, Flávia Arraes, conta que o aumento mudou seu dia a dia. “Eu tenho um custo diário de gasolina para exercer meu ofício, inclusive tenho que abrir mão de algumas coisas para abastecer e poder trabalhar.

Antes, R$ 50,00 preenchiam uma parte do tanque do meu carro, mas hoje não mais”, disse. O mesmo sentimento é do operador de call center, Jason Sousa. “A instabilidade da gasolina é muito grande e isso causa um impacto grande no bolso de quem dirige diariamente. Tenho substituído algumas coisas financeiramente no mês e na quinzena para me adaptar aos novos valores da gasolina”, afirmou.

A população, já pressionada por uma inflação elevada e a perda de poder de compra, pode ver seu orçamento doméstico ainda mais comprometido, especialmente aqueles que dependem do veículo próprio para trabalhar.

Para os empresários do setor de transporte e logística, o cenário deve ser igualmente preocupante. Com a elevação dos custos operacionais, muitas empresas terão que repassar os aumentos para os clientes ou absorver as perdas, o que pode resultar em uma redução da margem de lucro ou até mesmo na inviabilidade de operações.

Pequenos empreendedores, que possuem menos capacidade de absorver tais aumentos, podem ser os mais afetados. Para o economista Helder Cavalcante, primeiramente, é importante destacar que os combustíveis têm um efeito cascata na economia.

“O aumento do preço da gasolina impacta os custos de transporte de mercadorias, o que, por sua vez, pode levar a aumentos nos preços de produtos essenciais como alimentos e medicamentos. Para o consumidor, isso significa um aumento no custo de vida, pois os preços mais altos são repassados aos produtos finais, reduzindo o poder de compra e aumentando a inflação”, disse.

Uma alternativa, segundo ele, é ser criativo. “As pessoas podem optar por reduzir o uso do carro particular, recorrendo mais ao transporte público ou a alternativas como caronas compartilhadas”, disse.

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