26.1 C
Fortaleza

No 30º aniversário de atentado, Milei promete justiça aos judeus

O episodio de violência, considerado o mais letal da história da Argentina, aconteceu em 1994, em Buenos Aires, e tirou a vida de 85 pessoas

Por Redação O Estado

Foto: Divulgação

Nesta quinta-feira, 18, completaram-se 30 anos desde que um atentado a bomba tirou a vida de 85 pessoas na Argentina. O presidente Javier Milei comentou o assunto, prometendo à comunidade judaica que corrigirá as décadas de inação e as inconsistências relacionadas com as investigações do episódio de violência.

“Hoje escolhemos nos manifestar, não ficar em silêncio. Estamos levantando nossa voz, não cruzando os braços. Escolhemos a vida, porque qualquer outra coisa é transformar a morte em um jogo”, disse o chefe do Executivo argentino. Tudo aconteceu em 1994, quando uma van com bombas atingiu o centro comunitário judaico da Associação Mutual Israelita Argentina (AMIA), localizado na capital.

Este é considerado o incidente mais letal da história do país sul-americano. No último mês de abril, o principal tribunal criminal da Argentina indicou o Irã como responsável pelo caso, afirmando que foi orquestrado por militantes do Hezbollah em resposta a “um projeto político e estratégico” iraniano.

As autoridades do Irã negaram qualquer envolvimento com o atentado, porém se recusaram a entregar os suspeitos. Investigações anteriores e mandados de prisão emitidos pela Interpol também não surtiram efeitos. O atual presidente argentino se apresenta como um defensor da comunidade judaica e de Israel.

Na quarta-feira, 17, Milei já havia comentado sobre o tema, anunciando que trabalhará em um projeto de lei que permita o julgamento dos suspeitos de estarem envolvidos no ataque. O político prometeu ainda, que seu governo reforçará o sistema de inteligência utilizado no país, de modo a evitar que situações semelhantes voltem a acontecer.

O presidente declarou também que vai destinar mais recursos para as investigações do caso. De acordo com promotores argentinos, autoridades iranianas e membros do Hezbollah, com o apoio do Irã, ordenaram tanto o atentado da AMIA, quanto o ataque contra a embaixada israelense no território dois anos antes, quando 22 pessoas morreram.

“Embora eles talvez nunca possam cumprir uma sentença, não poderão escapar da condenação eterna de um tribunal que prova sua culpa diante do mundo inteiro”, destacou Milei. Na visão do presidente, a decisão de abril representa um “enorme passo” na busca por justiça no caso da AMIA, mas ainda há muito a ser feito no tocante ao que ele classificou como “encobrimento pelo Estado terrorista do Irã”.

É válido lembrar que, conforme havia prometido em fevereiro, na última semana Milei passou a considerar o grupo radical islâmico Hamas, que também tem apoio iraniano, como uma organização terrorista em decorrência dos ataques do dia 7 de outubro, que desencadearam a atual guerra que está em curso no Oriente Médio.

Para o representante da Argentina, a recente operação do Hamas pode ser comparada ao ataque a bombas de três décadas atrás. Na quarta-feira, Milei pediu que o grupo libertasse todos os reféns que seguem sendo mantidos sob sua posse, entre os quais estão incluídos oito argentinos.

Reforçando os laços com Israel, durante a viagem que fez ao país no começo do ano, Milei anunciou a transferência da embaixada de Tel Aviv para Jerusalém. Na época, o presidente israelense, Isaac Herzog, descreveu o político sul-americano como “um dos maiores líderes que se apresentou e está aqui conosco hoje”, bem como disse que “o povo judeu e o Estado de Israel sempre se lembrarão de quem esteve ao nosso lado nestes tempos difíceis”.

O primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, demonstrou sua simpatia por Milei ainda em dezembro de 2023, quando o definiu como “um verdadeiro amigo do povo judeu”.

Mais Lidas

Férias

As colônias de férias espalhadas pela cidade tem sido muito procuradas pelas crianças neste mês de julho. São espaços onde o contacto com a...

Justiça pede remoção de vídeos da convenção de Evandro

Decisão atendeu a pedido do PL, que acusou a chapa liderada pelo PT de propaganda eleitoral antecipada no evento com presidente Lula
spot_img