Dado é da Pesquisa do Endividamento do Consumidor em Fortaleza, realizada pelo Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento do Ceará (IPDC) da Fecomércio-CE
Por Redação O Estado
Os fortalezenses comprometem, atualmente, 45,2% da renda familiar para o pagamento de dívidas. O dado representa um aumento de 1,3 pontos percentuais em relação a junho (43,9%). Além disso, é superior ao observado em julho do ano passado (40,4%), o que quer dizer que o endividamento tem crescido entre os consumidores da capital cearense no período de um ano.
O dado é da Pesquisa do Endividamento do Consumidor em Fortaleza, realizada pelo Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento do Ceará (IPDC) da Fecomércio-CE.
O estudo divulgou ainda que o endividamento médio é de R$ 1.854, com prazo médio de nove meses para quitação total. Outro dado é que os principais instrumentos de crédito utilizados pelos fortalezenses são cartões de crédito (79,6%), financiamentos bancários (16,5%), empréstimos pessoais (11,0%) e carnês/crediários (6,5%).
INADIMPLÊNCIA
O índice de consumidores com contas pendentes ou dívidas em atraso em Fortaleza manteve-se estável, com um leve aumento de 0,1 ponto percentual, passando de 20,9% em junho para 21,0% em julho. Apesar dessa ligeira alta, o número é inferior ao registrado em julho de 2023, quando 24,0% dos consumidores estavam inadimplentes.
Entre os inadimplentes, os homens (21,4%), pessoas acima dos 35 anos (23,4%) e aquelas com renda familiar mensal de até cinco salários-mínimos (21,8%) são os mais representativos.
A pesquisa revelou que o prazo médio de atraso nas contas é de 77 dias. As principais causas da inadimplência são o desequilíbrio financeiro (60,3%), a necessidade de destinar recursos para outras finalidades (41,4%), a contestação da dívida (7,7%) e a negligência (4,7%).
A taxa de inadimplência potencial, que mede o percentual de consumidores com risco de atraso no pagamento de suas contas, permaneceu estável em 10,0% em julho, mesma porcentagem observada em junho. Esse índice também é inferior ao registrado em julho de 2023, quando era de 11,9%.
Os grupos mais vulneráveis à inadimplência potencial são compostos majoritariamente por homens (10,2%), pessoas com mais de 35 anos (11,5%) e aquelas com renda familiar de até cinco salários-mínimos (10,6%).
A pesquisa destacou um aspecto positivo: 77,1% dos consumidores de Fortaleza afirmam realizar um orçamento mensal e acompanhar seus gastos e rendimentos. Esse hábito contribui significativamente para um melhor controle dos níveis de endividamento, ajudando os consumidores a gerenciar suas finanças e evitar a inadimplência.
Em resumo, embora o índice de inadimplência tenha registrado um leve aumento de junho para julho, a situação financeira dos consumidores de Fortaleza mostra uma melhora em comparação ao ano anterior.
A estabilidade nas taxas de inadimplência e inadimplência potencial, aliada ao hábito de planejamento financeiro de grande parte dos consumidores, aponta para um cenário de maior controle financeiro e responsabilidade na gestão das finanças pessoais. Na avaliação do economista Ricardo Coimbra, esse movimento pode ser explicado.
“Mesmo com a queda do percentual de consumidores endividados, o índice de comprometimento da renda familiar voltou a crescer no mês passado frente a esse. Já o índice de inadimplência se manteve durante o período, ou seja, observa-se uma certa reacomodação dos indivíduos, que conseguem reduzir um pouco o percentual de endividamento, mas mesmo assim ocorre avanço do comprometimento da renda, e isso se deve ao período de volta do processo inflacionário, se distanciando do período em que parte significativa das famílias tem reposição das perdas no início do ano”, disse.