O projeto Baleia Jubarte calcula que o fluxo migratório de baleias-jubarte pela costa brasileira aumentou de mil indivíduos, em 1988, para 30 mil atualmente. O crescimento está associado à proibição à caça desses animais, determinada em 1986 pela Comissão Internacional das Baleias, da qual o Brasil faz parte.
Os pesquisadores do projeto comemoraram no catamarã quando avistaram, no começo deste mês, uma baleia-jubarte fêmea nadando com o filhote no mar do Rio de Janeiro. Foi a segunda vez que viram um filhote na costa fluminense.
A espécie passa o verão na região antártica, mas, quando as temperaturas por lá caem, no meio do ano, migram em busca das águas quentes do Nordeste brasileiro para se reproduzir. Elas buscam o Brasil, segundo biólogos, porque desejam que os filhotes aprendam os primeiros movimentos em mares menos gelados. A viagem de cerca de quatro mil km pode durar até dois meses.
Durante o período de reprodução, grupos de competidores machos emitem cantos para agradar a fêmea. Pela estimativa dos pesquisadores, o filhote identificado no mar do Rio é carioca de nascimento.
O Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, no extremo sul da Bahia, é o destino mais comum das baleias para acasalamento e abrigo. “O Rio, assim como São Paulo e Espírito Santo, faz parte da rota migratória do animal. O filhotinho nasce na água quente e cresce para voltar às águas geladas”, disse o biológico Guilherme Maricato, pesquisador do projeto Baleia Jubarte.
A cada temporada de migração, elas têm aparecido em maior número no Rio de Janeiro. Com o fenômeno, embarcações anunciam passeios turísticos pela costa fluminense para avistá-las. Uma vaga pode chegar a custar até R$ 600,00.
Aparição de baleias-jubarte no Brasil cresceu 30 vezes em três décadas
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