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Fortaleza

Eles estão de volta

É ano eleitoral. Em alguns meses votaremos para prefeito e para vereador. As figuras que se candidatam já estão dando as caras por aí. Fazem vídeos e postam no Instagram, posam para fotos, visitam locais que dificilmente colocariam o pé se não fosse ano eleitoral. A pré-candidatura converte os políticos de gabinete em políticos das ruas, em homens e mulheres mui simpáticos, sorridentes, que apertam a mão de quem quer que seja.
Os eleitores, alguns bajuladores, tratam o pretenso candidato ao cargo executivo ou legislativo, já como estando sentado na cadeira da administração municipal ou em um dos muitos assentos da Câmara.
– Meu prefeito!
Ou:
– Meu vereador!
E os que ainda não são nem uma coisa nem outra parecem ir aos céus com tal tratamento que os distingue dos mortais, elevando-os aos altos postos da política local. Seria bom ver esses mesmos babões perguntando, depois do aperto de mão e do acalorado abraço no pré-candidato:
– Qual o seu plano de governo? O que pretende fazer para melhorar a cidade? Quais obras? Que medidas vai tomar para os inúmeros problemas que temos? Que marca pretende deixar?
Ou:
– Quais projetos de lei pretende propor? Quais são suas pautas, suas bandeiras? Com quais grupos sociais assume compromisso?
Mas, que nada! O povo pouco sabe das funções de cada cargo político. Mais: muitos sequer lembram em quem votaram nas eleições passadas. Se há confusão entre os próprios já políticos, quando parecem se preocupar com a esfera que não é a que deveriam estar preocupados, o que esperar do povo que os elege?
Nesses tempos, o importante é fazer o teatrinho para aparecer nas redes sociais, ficar bem na fita, nos stories, nas fotos. Muita gente esperta se expõe ao ridículo de uma candidatura que todos sabem que será fracassada do começo ao fim, ambicionando o gordo salário e as diversas benesses decorrentes do exercício dos mandatos. E velhos nomes reaparecem, velhas caras conhecidas, querendo roer de novo os bons ossos da política.
Depois de anos de timidez, de isolamento, de estarem escondidos, eis que agora eles ressurgem como zumbis saídos de túmulos, fazendo promessas e pedindo votos. Merecem? Com a palavra o povo. Nem sempre vox populi, vox dei.

FELIPE AUGUSTO FERREIRA FEIJÃO
PROFESSOR E
MESTRE EM FILOSOFIA

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