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Atentado eleva favoritismo de Trump

O cenário caótico e polarizado da eleição americana ganha contornos de dramaticidade com o atentado ao ex-presidente Donald Trump, neste sábado (13). A imagem icônica de Donald Trump, momentos depois de evitar por pouco a morte pelas balas de um atirador, de pé com o punho erguido, sangue espalhado pelo rosto, e atrás dele uma bandeira americana tremulando na brisa sob um céu azul, deixará uma marca duradoura na psique americana, com poder enorme de influenciar os estímulos eleitorais dos americanos.
A análise mais recorrente é a de que o atentado eleva as chances de Trump ao colocá-lo no centro das atenções e ainda por cima no papel de vítima.
A estratégia da campanha de Trump será de passá-lo como alguém que superou um grande desafio, demonstrando virilidade e energia, em contraste com a fragilidade demonstrada por Biden. E principalmente, que representando uma ameaça ao establishment dominante, tem sido seguidamente perseguido por meio de denúncias e ações judiciais infundadas, promovidas pela mídia majoritariamente democrata e por procuradores e juízes tendenciosos.
Desta feita, vários republicanos se manifestaram para condenar o presidente Biden e os democratas por criarem um ambiente retórico propício à violência. Sempre taxando o ex-presidente como um fascista autoritário e uma ameaça à democracia, com uso de linguagem exagerada que pode motivar um assassino.
“Eles tentaram matá-lo de muitas outras maneiras, financeiramente, tentaram jogá-lo na cadeia. É quase como se eles adorassem que isso tenha acontecido”, disse Donald Trump Jr em uma entrevista na televisão no domingo (14/07).
Republicanos já defendem que Trump deveria agora mirar os indecisos com apelos por moderação. Neste sentido, em sua primeira entrevista após o atentado, Trump disse que fará um apelo pela união nacional, mencionando que pessoas de diferentes correntes políticas ligaram para ele. “Esta é uma chance de unir todo o país”.
Do lado democrata, o atentado coloca a equipe de Biden perante mais um desafio, à parte as crescentes dúvidas internas sobre se o presidente, pela nítida fragilidade de sua condição física e recentes confusões mentais, seria mesmo o melhor candidato para derrotar Trump, que ganharam força depois da desastrosa participação do democrata no último debate, ele agora enfrenta um dos mais complexos testes de habilidade presidencial dos últimos anos.
Ao mesmo tempo que está abraçando seu dever presidencial de proteger o discurso político do próprio oponente, demonstrando solidariedade e ordenando uma investigação das possíveis falhas do Serviço Secreto, tem que correr contra o tempo para reordenar sua estratégia eleitoral, de como e quando voltar à ofensiva contra Trump.
Por fim, o que a tragédia de sábado à noite demonstrou mais claramente é que as expectativas e as narrativas políticas podem mudar em segundos.

JOSÉ MARIA PHILOMENO
ADVOGADO
E ECONOMISTA

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