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Fortaleza

Sustento da missão

A Associação Madre Paulina no município de Fortaleza completa 23 anos em 2019. A presidenta da instituição, Dorinha Macedo, natural do Rio Grande do Norte (RN) concluiu a educação básica em Natal (RN). A entrada para o convento ocorreu aos 17 anos de idade em Recife após concluir a preparação escolar cristã em Natal. À época, exigia-se histórico escolar específico para o ingresso da jovem na comunidade religiosa. Aos 23 anos, ela fez os votos de noviça. A mudança para Fortaleza foi o local do seu envio missionário, especialmente, para o trabalho assistencial e educativo de crianças e adolescentes abandonados ou vivendo em situação insatisfatória de recursos.

A escolaridade foi o princípio entusiasmante e promissor na formação de Dorinha e ordeiro que acompanha sua vida missionária até hoje. Oferecer assistência social acrescida de apoio educacional às crianças e adolescentes caracteriza a missão dela. O Projeto Pastoral – Dom Bosco com tradição na educação básica foi o destino da Dorinha e o seu primeiro campo missionário na capital cearense. As crianças em situações de insuficiência financeira familiar participavam das atividades durante o dia no projeto, mas à noite, algumas delas dormiam na rua. Dorinha começou a sonhar com um local no qual as crianças pudessem permanecer até serem reinseridas com segurança nos lares de origem ou lares substitutos. “Eu estudei para fundar uma escola. Sou professora de educação religiosa, no entanto, o cuidado social com a infância e a adolescência revelou-se conciliador ao aspecto educacional”, explica Dorinha.

DOZE MULHERES

Através do Projeto Pastoral – Dom Bosco, Dorinha conheceu mais onze mulheres interessadas pela ideia de criarem juntas uma associação para atender as crianças e os adolescentes moradores de rua em Fortaleza nos três turnos: manhã, tarde e noite. Em 13 de janeiro de 1996, elas fundaram a Associação Madre Paulina. O nome foi escolhido entre variado arsenal de cristãos conhecidos e estudados pela missionária. Madre Paulina nasceu na Itália e veio para o Brasil com nove anos de idade acompanhando os pais imigrantes. Ela morou e prestou assistência às crianças e adolescentes órfãos em Nova Trento, município no Estado de Santa Catarina. Dorinha conta que não foi difícil fundar a associação porque a dentista e amiga Denise Lages Gentil da família de um cartório tradicional em Fortaleza foi cofundadora e auxiliou-as na tarefa. A manutenção financeira do local foi o desafio seguinte! O imóvel alugado para funcionar a instituição estava localizado na Rua Dona Leopoldina no Bairro Joaquim Távora em Fortaleza. Novamente outra amiga e funcionária do Comitê de Cidadania da Caixa Econômica Federal foi a fiadora para a locação do imóvel. Sandra Cavalcante foi fiadora da casa durante 18 anos no mesmo endereço. A Associação Madre Paulina iniciou as atividades com o atendimento a sete crianças.

OS FAMOSOS BISCOITOS

A missionária Dorinha aprendera fazer biscoitos na escola e o fazia muito bem com a aprovação de todos os colegas de trabalho missionário. Além disso, Dorinha ministrava aula nas instituições religiosas e possuía economias que foram empregadas na criação da associação. A produção e a venda de biscoitos nas instituições religiosas geraram recursos financeiros para suprir as despesas da associação durante algum tempo. Dorinha também conseguiu vender os biscoitos nas agências da Caixa Econômica Federal. O produto era sucesso entre funcionários, clientes e pessoas próximas às agências, Dorinha relata emocionada.

A Associação Madre Paulina atende crianças e adolescentes entre três e 14 anos de idade, possui 18 crianças vinculadas ao Poder Judiciário e outras 12 crianças são assistidas somente durante o dia nos trabalhos sociais e educativos oferecidos a comunidade pela associação. Duas assistentes sociais, uma pedagoga e uma psicóloga trabalham diariamente no local. Cuidar bem das crianças como missão é unanimidade entre elas. 

SONHANDO COM UMA FAMÍLIA

F.G.S.B. chegou a Associação Madre Paulina aos sete anos e foi destituído do poder familiar aos 10 anos de idade, e até hoje não foi adotado. O adolescente atualmente com 15 anos, continua morando no abrigo, está cursando o 7o Ano do Ensino Fundamental II e  gosta muito de jogar basquete na escola. As cuidadoras representam o que existe de mais importante para ele na associação onde vive desde a infância. Ele sonha com três profissões no futuro: desembargador, jogador de basquete ou veterinário. Sonha em constituir sua própria família. “Eu quero ter uma esposa e no máximo dois filhos e ganhar dinheiro para alugar uma casa, ter um lar. Com certeza um dia voltarei para visitar a associação, porque foi o lugar onde eu vivi” declara.

APOIADORES

A Fundação Beto Studart, J. Simões Engenharia, Elemidia, Editora Sol e o empresário Deusmar Queirós são apoiadores regulares da Associação Madre Paulina em Fortaleza.

Por Caroline Milanêz

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