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Fortaleza

Por amor à causa

O trabalho voluntário é a representação de amor em sua essência. É o ato de doar-se para o outro sem nada pedir em troca. É dar sem esperar retorno. É conceder o seu tempo em prol de uma causa que muitas vezes não lhe diz respeito, pois geralmente envolve pessoas desconhecidas, mas isso por si só já basta. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil possui um total de 7,2 milhões de pessoas que realizam, de alguma forma, trabalho voluntário.

A escritora Priscila Cavalcanti é uma delas. Há mais de dez anos ela é voluntária da instituição que acolhe crianças abandonadas de zero a três anos de idade em Fortaleza, a Casa de Jeremias. Ano após ano sempre encontra uma forma de ajudar os pequenos, pois a causa a comove, a toca e a faz se sentir uma pessoa melhor. “São apenas crianças. Precisam de ajuda, pois não têm um lar. Não é fácil manter uma instituição como essa e a sociedade deve ajudar. Eles precisam muito de auxílio para que vivam bem e encontrem um lar amoroso”, disse.

Tudo começou quando ela completou 50 anos de idade. A princípio, por causa de uma brincadeira, decidiu celebrar a data especial com a boneca Barbie, que tinha a mesma idade. Providenciou 50 exemplares e convidou estilistas para vesti-las. Os parceiros toparam a ideia e a festa foi um sucesso. Mas não parou por aí. As 50 bonecas, aos poucos, se tornaram 500 e ganharam a cidade de Fortaleza em várias exposições.

Agora, a exposição que acabou de sair da Casa Cor Ceará 2019, está à mostra no shopping Benfica desde o último dia 12 de novembro e ficará por cerca de 30 dias, das 10h às 22h, no primeiro piso. Para visitar, basta pagar o valor de R$ 5,00. Toda a renda será revertida à Casa de Jeremias para auxiliar as crianças. Há Barbies vestidas com todos os tipos de looks para o deleite dos fãs: do halloween, noiva, na praia, secretária, esportista, aeromoça, entre tantas outras versões de uma das bonecas mais famosas da história que marcou a vida de muitas crianças ao longo dos tempos.

Mais do que uma brincadeira saudável com as bonecas aos 50 anos, a iniciativa plantou no coração de Priscila a ideia de desempenhar uma ação social com as fases e faces da Barbie. Uma brincadeira que gerou frutos positivos também plantou a semente do amor que hoje é semeada e regada com o sentimento de ajuda ao próximo de forma sincera e despretenciosa.

“Vamos aproveitar o que estamos vivendo para fazer o bem. Eu sempre olhei o próximo e espero que as demais pessoas também façam isso, pois é preciso e faz bem ajudar. A minha ajuda é uma forma de abraçar essas crianças”, concluiu Priscila Cavalcanti.

EM PROL DA EDUCAÇÃO

Outro voluntário que ao longo dos últimos anos tem doado tempo e atenção para crianças e adolescentes em situação de abandono em Fortaleza é o empresário Adauto Farias. Ao todo, são 40 crianças e adolescentes que frequentam a escola com todo o material necessário, como fardamento, custeio da mensalidade em instituição privada e material escolar necessário graças às doações do empresário, que busca contribuir promovendo educação.

“Ter foco no estudo é fundamental. Estar preparado para o trabalho é o que fará dessas crianças cidadãos melhores. É preciso ter disciplina para tudo. Para aprender é preciso sentar e estudar, e isso exige foco, capacidade de concentração que só o estudo dá. É um processo de formação do ser humano. Estudar forma o cidadão para a vida”, diz.

Agora, além disso, está em execução um dos projetos mais ousados do empresário: a construção de uma instituição de acolhimento modelo. O terreno já foi escolhido e a construção do prédio deve iniciar nos próximos meses. Após, o local será cedido para a administração pública. 

Além de infraestrutura necessária para acolher no máximo 20 crianças, o local deverá ter, necessariamente, um local específico para o estudo das crianças após a chegada do colégio. “O abrigo não é um local para comer e dormir, mas sim onde as crianças possam estudar e aprimorar o que viram no colégio. É preciso que a educação continue sendo exercida na instituição, que tenham pessoas para ajudar essas crianças, pois o colégio dá o caminho, mas quando sai de lá é preciso desenvolver o aprendizado. O ambiente de estudo fora da escola é fundamental”, destaca Adauto Farias.

De acordo com o projeto do empresário, a instituição deve acolher cerca de 20 crianças com a mesma faixa etária. “Não pode misturar as idades, é preciso organizar. Estamos ajudando com ideias. É preciso reconhecer o problema e ter vontade de resolver. Não tem como o setor público resolver certas questões de forma rápida. O objetivo é focar na educação dessas crianças. As instituições de acolhimento hoje têm boas condições físicas e de alimentação, mas precisamos focar na educação e aprimoramento do ensino, com acompanhamento de perto, ou seja, ter alguém no abrigo que cobre uma rotina de estudos. A educação é a base de tudo para a construção de um país melhor. Para ter conhecimento é preciso estudo, é o que exige o mercado de trabalho”, conclui.

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