A cirurgia robótica surgiu na Inglaterra, em 1980. A tecnologia permite a remoção de tumores na cabeça e pescoço com menos efeitos colaterais ao paciente. No Brasil, a prática teve início em 2008 e desde então já foram realizados mais de 10 mil procedimentos.
A cirurgia robótica é uma técnica de alta complexidade e, por isso, a presença de um cirurgião experiente e certificado é necessária, pois o manuseio exige um treinamento específico. No Ceará, o médico Bomfim Júnior é o único cirurgião de cabeça e pescoço habilitado para realizar procedimentos na área através da robótica.
A cirurgia robótica é uma forma avançada de cirurgia minimamente invasiva na qual um cirurgião controla instrumentos cirúrgicos precisos através de um console computadorizado. Esses instrumentos são montados em braços robóticos que são posicionados ao redor do paciente durante o procedimento cirúrgico. O cirurgião opera os controles no console, enquanto um sistema de câmeras proporciona uma visão ampliada e tridimensional do local da cirurgia. Isso permite que o cirurgião realize procedimentos complexos com maior precisão e controle, enquanto minimiza o trauma para o paciente, reduzindo o tempo de recuperação e os riscos de complicações.
Na área de cabeça e pescoço, a cirurgia robótica desempenha um papel crucial, destacando-se alguns fatores importantes:
- Precisão: A precisão dos movimentos dos braços robóticos permite que os cirurgiões realizam procedimentos delicados em áreas complexas;
- Visão ampliada: Os sistemas de câmeras da cirurgia robótica proporcionam uma visão ampliada – preservando regiões;
- Acesso a áreas difíceis: A capacidade de manobrar os braços robóticos em ângulos e espaços restritos permite o acesso a áreas difíceis de alcançar na cabeça e no pescoço;
- Menor trauma para o paciente: Como a cirurgia robótica é minimamente invasiva, os pacientes geralmente experimentam menos dor, menos perda de sangue e um tempo de recuperação mais rápido em comparação com técnicas cirúrgicas abertas tradicionais;
- Melhoria da qualidade de vida pós-operatória: A precisão e a minimização do trauma associadas à cirurgia robótica podem resultar em melhores resultados cirúrgicos e uma recuperação mais rápida, melhorando assim a qualidade de vida dos pacientes após a cirurgia na área de cabeça e pescoço.
Para o especialista, a cirurgia robótica alia tecnologia, saúde e grandes chances de cura: “Com o avanço da tecnologia e chegada da cirurgia robótica, podemos fazer cirurgias de câncer na região da cabeça e pescoço com ressecções de tumores e reconstruções complexas dando mais chances ao paciente de cura e de melhorar sua confiança no tratamento”, pontuou. O método robótico também pode ser utilizado para remover parte ou a totalidade da glândula tireoide em casos de câncer de tireoide, bócio ou outras condições. Além de cirurgias da base do crânio, cirurgia de glândulas salivares, cirurgias de tumores da orofaringe, com o aumento de casos relacionados ao HPV – como ótimos resultados oncológicos e funcionais, ganhando ainda mais destaque com o importante aumento na incidência do câncer da orofaríngeo relacionado ao HPV em todo o mundo. Outra imensa vantagem é que a tireoidectomia robótica não causa cicatriz visual no pescoço, auxiliando na autoestima do paciente.
O especialista em cabeça e pescoço reitera os benefícios da cirurgia robótica em comparação com as técnicas convencionais: “São diversos elementos que contribuem para o êxito da cirurgia robótica, incluindo a segurança, a minimização da deformidade estética, a diminuição da perda sanguínea durante a operação e o alívio da dor, além da significativa redução na necessidade de UTIs. É a tecnologia integrada à saúde”, destacou.
Durante o procedimento cirúrgico, o médico tem acesso às imagens de alta precisão em um monitor 3D, full HD, aumentadas em até 10 vezes, que exibe tudo que é filmado por uma câmera dentro do corpo, no local onde será realizada a cirurgia. O equipamento consegue realizar movimentos precisos, sem tremor, como giros de 360 graus, difíceis de serem feitos pela mão humana.
