Cid repete cobrança
As mais recentes informações da coligação governista do Ceará, seja em Fortaleza ou no interior, têm mostrado os problemas que podem enfrentar os partidos aliados. Logo de início, o rompimento entre os irmãos Cid e Ciro Gomes repercutiu dentro e fora do Estado desfazendo as coligações PDT-PSB em Recife e Fortaleza, atingindo os prefeitos João Campos e Sarto Nogueira. Esse, entretanto, não é só o caso. Mais preocupantes são divergências locais entre o senador Cid Gomes e o deputado José Guimarães, com os dois não se entendendo quanto à escolha de candidatura única para representar os seus partidos.
Guimarães, sem levar em conta o poder de Elmano como governador, quer o PT dominando também a capital sem aceitar que o PSB tenha candidatura própria na disputa pela sucessão municipal. No âmbito da aliança, está em exame um problema criado pela voracidade petista ao não permitir que nem aliados ocupem espaços que ensejem o crescimento de suas legendas, pondo em jogo a harmonia que deve prevalecer entre agremiações “irmãs”.
No encontro de filiações do PSB, sábado último, o senador Cid voltou a defender que “não é bom para um só partido ter o comando político do estado ocupando a Presidência da República, o Governo do Ceará e a Prefeitura de Fortaleza”, sem deixar nada para o bloco que apoiou eleição do governador Elmano de Freitas. Ele tem deixado claro que não quer um lugar no picadeiro de um circo, mas na arena que ele próprio armou para fazer de Camilo Santana governador do Ceará.
Como protagonista da ascensão do PT a um cargo que nunca ocupou em toda a sua história por via eleitoral direta no Ceará, o senador vem dando um recado a quem interessar e possa recebê-lo, como uma advertência de que o futuro a Deus pertence.

Compartilhamento. Embora disposto a fazer prevalecer o seu ponto de vista, o senador Cid dá sinais de que não pretende criar obstáculos para o sucesso do Pleito de outubro. Mas afirma que a lógica está no compartilhamento do poder quando envolve partidos aliados, dos quais poderá depender uma vitória eleitoral.

Compartilhamento. Quem acompanha os lances da pré-campanha eleitoral, acha que o deputado José Guimarães no seu propósito de chegar ao Senado Federal não deveria confrontar o poder do senador Cid Gomes com as suas 40 prefeituras no Ceará. Diz o adágio popular que coroa de Rei pode mudar de cabeça…
Alerta. A propósito da atuação do deputado José Guimarães, cuja competência política é inegável, presidentes e lideranças dos vários partidos aliados ao PT, não escondem suas queixas em relação ao que chamam de “fúria” com que ele se atira contra aliados, desrespeitando e atropelando os prefeitos da coligação.
Câmara Alta. Segundo tem sido analisado por especialistas, o bloco da situação do Estado do Ceará, se tudo caminhar sem atropelos, poderá permanecer, em 2026, com as duas vagas que já ocupa no Senado Federal. Para isso, o senador Cid Gomes, com os apoios que tem, pode permanecer na Câmara Alta. Quanto a Guimarães, elegê-lo será tarefa para Lula.
Polêmica do São Pedro. Não tem sido entendida a atitude da Procuradoria Geral de Justiça ao exigir do TJCE, através de Mandado de Segurança, impedir a demolição do Edifício São Pedro, alegando que outros recursos não foram julgados. Mesmo sem condições de recuperação, seus defensores ainda o consideram importante palácio histórico e cultural.
Zona parceira. Na cidade de Cólon, no Panamá, o titular da Secretaria de Desenvolvimento da Agricultura, Moisés Braz, com caravana do Ceará, conheceram e encaminharam parceria com a mais importante Zona Livre de Comércio das Américas. A partir daí, os panamenhos podem intermediar as negociações de produtos da Agricultura Familiar do Ceará.

“Diz o adágio popular que coroa de Rei pode mudar de cabeça”. – Recado de pedistas dissidentes ao deputado José Guimarães.