Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de mama é a primeira causa de morte pela doença em mulheres no Brasil. As taxas são mais acentuadas em regiões como o Sul e Sudeste, seguidas pelo Nordeste, onde ocorrem 10,75 óbitos a cada 100.000 mulheres. Os patamares por regiões são diferentes. Para o ano de 2023, o Instituto estimou que devem ocorrer 73.610 novos casos da doença.
Para tratar do tema, o mês de Outubro é um período destinado para a saúde da mulher em todo o mundo. Desde os anos 90, o Outubro Rosa é celebrado anualmente como um movimento de conscientização e prevenção do câncer de mama. Esta campanha tem como objetivo compartilhar informações cruciais sobre essas doenças, promover a conscientização, facilitar o acesso a serviços de diagnóstico e contribuir para a redução da mortalidade.
“O câncer de mama é o tipo mais frequente entre as mulheres brasileiras. Trata-se de uma doença caracterizada pelo crescimento anormal das células da glândula mamária, que se multiplicam de forma descontrolada, formando um tumor maligno. Por isso, é importante o reconhecimento dos sinais de alerta”, explica a ginecologista da instituição católica Cruz da Vida, Rebeca Dourado.
Uma das formas mais evidentes de perceber a presença do câncer de mama é a detecção de um nódulo no seio, que pode ou não estar acompanhado de dor. Além disso, a pele da mama pode apresentar uma textura semelhante à casca de laranja, e pequenos caroços podem surgir na região axilar mas esses achados já apontam uma doença mais avançada. É fundamental ressaltar que nem todos os caroços mamários são indicativos de câncer, mas qualquer alteração deve ser avaliada por um profissional de saúde.
Diagnóstico precoce
A detecção precoce é a chave para o tratamento eficaz do câncer de mama. “Toda mulher com 40 anos ou mais deve procurar um serviço de saúde para realizar o exame clínico das mamas anualmente e exame de mamografia”, afirma a especialista, mesmo na ausência de sintomas. “O diagnóstico precoce aumenta significativamente as chances de cura”.
Além da detecção precoce, compreender os fatores de risco é essencial. Mulheres com histórico familiar de câncer de mama, especialmente em parentes de primeiro grau (mãe, irmã ou filha), têm um risco aumentado. “Da mesma forma, quem já teve câncer de mama ou câncer de ovário em qualquer idade deve estar alerta. Recomenda-se que essas mulheres com maior risco comecem a realizar o exame clínico das mamas e a mamografia a partir dos 35 anos, fazendo ambos anualmente”, ressalta Rebeca.
Prevenção
De acordo com a médica integrativa Isadora Machado, o cuidado envolve uma combinação de medidas que podem ajudar a reduzir o risco do câncer.
“Adote um estilo de vida saudável, que inclua exercícios físicos regulares e evite o consumo excessivo de álcool”, afirma. Uma alimentação saudável também desempenha um papel essencial na prevenção do câncer de mama. Consumir certos tipos de alimentos pode ajudar a reduzir o risco dessa doença, além de proporcionar diversos benefícios para a saúde de forma geral.
“Uma dieta equilibrada, rica em nutrientes e antioxidantes, pode fortalecer o sistema imunológico e combater os danos causados pelos radicais livres, que estão relacionados ao desenvolvimento do câncer”, argumenta a médica. Na lista estão frutas, vegetais, alimentos ricos em fibras (uvas, espinafre, cenoura) e fontes de ômega-3 (salmão, sardinha e atum).
Outro detalhe importante diz respeito à suplementação. A médica detalha o uso, por exemplo, do Indol 3 Carbinol, composto oriundo de vegetais crucíferos como couve-flor, couve, repolho e brócolis. Estudos mostraram que as substâncias formadas pelo indol-3-carbinol (glucosinolatos) são benéficas às células uterinas (modulando a produção de estrogênio), sendo um anticancerígeno, tendo seu efeito protetor contra o câncer de mama, endometrial, cervical e até próstata nos homens. “A recomendação, no entanto, é passar por uma consulta com um especialista para qualquer tipo de tratamento envolvendo suplementação”, pontua.
