A confiança do empresário do comércio marcou 112,1 pontos em outubro, queda mensal de 3%, descontados os efeitos sazonais. A retração do otimismo do comerciante neste mês foi maior que a apresentada em setembro (0,7%), quando o índice atingiu 113,1 pontos, segundo a CNC, cujo resultado é o pior registrado desde janeiro deste ano, quando a queda foi de 3,6%, atingindo 119 pontos. Na avaliação da entidade, essa retração é a mais intensa desde o começo do ano, com um agravante: em um momento que antecede datas importantes para o comércio – período conhecido como BRO-bró (entre setembro e dezembro). Segundo a entidade, o setor sentiu a desaceleração da atividade econômica, tendo uma margem de lucro mais apertada, além de a alavancagem e a inadimplência empresarial estarem em níveis mais altos, o que desafia a gestão de caixa.
O cenário geral é de queda de todos os indicadores, no mês e no ano, com destaque para o fator de avaliação das condições atuais, reduzido em 6,8%. Ainda segundo a pesquisa, 6 em cada 10 empresas consultadas apontam piora na economia e no desempenho das vendas, neste início do último semestre do ano. A confiança do comércio de produtos de primeira necessidade teve a maior queda em outubro (3,9%), em relação aos outros dois grupos: semiduráveis (3,4%) e (2,7%) duráveis. Já na comparação anual, a redução mais intensa do otimismo foi no grupo de bens duráveis (14,7%), produtos de maior valor e que, portanto, sofrem mais com o crédito caro e seleto.
Inflação
A inflação medida pelo IPCA-15 subiu 0,21% em outubro, segundo o IBGE. O resultado significa uma perda de força após a alta de 0,35% em setembro. A desaceleração veio apesar da pressão das passagens aéreas neste mês. Os bilhetes aumentaram 23,75% e exerceram o maior impacto individual no índice (0,16%). Gasolina e alimentos caíram e atenuaram o resultado. Com o novo resultado, o índice acumula alta de 5,05% em 12 meses. Nessa base de comparação, a inflação era de 5% até setembro.
Inflação II
Na RMF, o IPCA-15 ficou em -0,28% em outubro, 0,78% menor que a de setembro (0,5%). A RMF registra o maior recuo entre as regiões investigadas pelo IBGE. A maior queda entre as regiões que são alvo da pesquisa ocorreu em Fortaleza, com recuo de 0,28%, cujo resultado foi influenciado pela queda nos preços da gasolina (-9,32%). No ano, o IPCA-15 da RMF acumula alta de 3,87%, e, em 12 meses, é de 4,85%, abaixo dos 5,24% dos 12 meses anteriores. Em outubro de 2022, a taxa foi de 0,09%.
Bancos podem tomar imóveis em 30 dias
O STF validou, ontem a possibilidade de bancos tomarem, sem decisão judicial, imóveis financiados com três parcelas atrasadas. Sem chance de contestação do devedor, o processo pode ser feito em 30 dias. A decisão seguiu o entendimento do ministro relator, Luiz Fux. Foram oito votos a dois contra a contestação da constitucionalidade da chamada alienação fiduciária. Esse instrumento, fundamentado em lei de 1997, permite que o credor assuma a propriedade no cartório, com base em acordo firmado no financiamento.
Carga pesada
O Confaz anunciou novas alíquotas de ICMS para combustíveis, a partir de fevereiro de 2024. São os primeiros aumentos desde que o imposto passou a ser cobrado em alíquota única nacional. O ICMS da gasolina subirá R$ 0,15, para R$ 1,37/litro. No diesel, a alta será de R$ 0,12, para R$ 1,06/litro. Já a alíquota do gás de cozinha foi definida em R$ 1,41 por quilo, aumento de R$ 0,16 em relação ao vigente atualmente – em um botijão de 13 quilos, a diferença é de R$ 2,08.
Isenção
Foi assinado, ontem, decreto estadual que regulamenta a isenção de ICMS para produtos de cooperativas da agricultura familiar e de agroindústrias fornecidos às cozinhas do Programa Ceará Sem Fome. A isenção ocorre nas saídas internas de mercadorias de cooperativas de agricultores familiares, cooperativas de agroindústria familiar e de agroindústrias familiares. No caso do Ceará, a isenção é realizada quando destinadas às redes de unidades sociais produtoras de refeições.
Alimentação está mais barata para quem?
Em outubro, a média de preços do grupo de alimentos e bebidas diminuiu 0,31% em comparação com setembro, diz o IBGE. De junho a outubro, o grupo de alimentos e bebidas acumulou uma queda de 2,64%. No entanto, no acumulado do ano, a redução é um pouco menor, de 0,54%. Na verdade, não são os preços menores. São os tamanhos reduzidos das embalagens, com os mesmos preços.