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Eles fizeram o mundo

 

Reiner Maria Rilke, o poeta, tinha 21 anos, mas já sabia da vida e do mundo. Escreveu o “Diário de Florença”.
Stendhal, o francês, em 1826, também viu:
– “Florença, pavimentada com grandes blocos de pedra branca, é talvez a cidade mais limpa do universo e certamente a mais elegante”.
E Mary Mc Carthy a americana, em “As Pedras de Florença” diz:
– “Os florentinos, inventaram a Renascença, o que quer dizer que inventaram o mundo moderno”.
Em 1957, a primeira vez em que estive em Florença, Lúcia Helena Monteiro Machado ainda era uma menina. Tantos anos rolaram e eu a redescobri em um voo de Paris para Roma, lendo o seu excelente livro “Florença Berço do Renascimento”, que diz tudo em 200 páginas:
1 – “Parece exagero. Em Florença estruturou-se a língua italiana a partir de Dante. Lá Galileu deu início à ciência moderna. Lá nascia a nova concepção de política com Maquiavel e se deu a revolução que libertaria a arte de todos os limites e preconceitos que vigoraram na Idade Média. Em Florença, o homem redescobriu a importância de seu papel no mundo”.
2 – “Florença conta mais de dois mil anos de história. Questiona-se se seria romana ou etrusca. A origem etrusca parece ter sido comprovada nas escavações da “Piazza de la Signoria” na década de 1980. Os etruscos chegaram à região na segunda metade do século VII antes de Cristo. E foram dominados pelos romanos no século III aC”.
3 – “O nome Florença, atualmente Firenze, de origem Latina, tem várias explicações. Alguns acham que é uma referência aos jogos florais da época romana. Outros aos campos floridos que se estendiam pela margem do rio Arno. A hipótese menos provável seria uma homenagem ao general de César, Fiorinos, que ali acampou em 63 aC. Preferimos a origem mais romântica: o símbolo da cidade é a flor de lis”.
4 – “Em 1348 uma peste matou metade da população”.
Florença é um mistério da civilização universal. Teve três homens que foram os precursores do Humanismo: Dante, Petrarca e Boccacio. Dante, de 1265 a 1321. Antes da “Divina Comédia”, sua obra prima, que estruturou a língua italiana, ele já havia escrito em latim “De Monarchia” onde defendia a autonomia do poder temporal em relação ao espiritual.
Depois, já em italiano, escreveu “Il Convivio” sobre a sabedoria.
Petrarca, de 1304 a 1374, também poeta genial, escrevendo em latim, analisa a obra de Cícero e faz com que a Renascença adote o latim clássico como a língua dos eruditos.
Boccacio, de 1313 a 1375, deixou sua obra prima “Decameron”, pequenas novelas que fizeram dele o pai do conto moderno: ‘um grupo de sete mulheres e três homens, refugiados no campo para fugirem da peste, de seus desejos, alegrias e seus apetites de forma licenciosa e espirituosa.
Boccacio financiou a primeira tradução de Homero para o latim. E escreveu a biografia de Dante. Os três plantaram assim a Renascença.

Os Medici
“Desde 1382 grandes famílias dominavam Florença: os Albizzi, os Alberti, os Ricci, os Strozzi. Mas Florença não seria Florença sem os Medici. Dominaram a cidade por mais de três séculos.
“Grandes mecenas e grandes colecionadores de arte, são responsáveis pelos tesouros artísticos da cidade”.
Foi também em um agosto 1968, que nasceu o Socialismo Democrático na Primavera de Praga.

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