25.1 C
Fortaleza

A política da desunião

Os políticos do Ceará de hoje, em sua maioria, agem como se desconhecessem o valor da palavra união, mesmo quando desta depende dias melhores para o estado sofredor, vitimado há séculos pela inclemência das secas, e agora, pela crise econômica instalada no país por partidos e políticos irresponsáveis. Diante de uma dupla infelicidade que atinge uma população de 10 milhões de pessoas seria lógico que alguns destes políticos deixassem de lado as suas convicções partidárias e ideológicas, admitissem poder unir suas forças salvando vidas e a economia do Estado.

Não é assim, entretanto, que pensam, em sua maioria, os chamados “âncoras” da nossa Política. Os que são vencedores nos pleitos passados, em sua maioria apenas se desdobram para não deixar fugir-lhe das mãos o poder, razão da existência para muitos deles. Pouco lhes importa que cada campanha seja um festival de gastos, duelos verbais, insultos, infâmias, falsas acusações e agressões físicas e morais. O pior é que, ao longo do tempo, toda essa agressividade tem terminado quebrando nas costas de pessoas simples, trabalhadores que tomam partido dos políticos.

Há 55 anos, em 1962, quando a expectativa de mais uma eleição estadual era prenúncia de mais uma guerra na Capital e no Interior, as lideranças dos dois partidos com maior rivalidade no Estado – PSD e UDN – tidos como irreconciliáveis, baixaram as armas e decidiram partir para uma coligação pacificadora – União Pelo Ceará, que durou até a extinção por um Ato Institucional. Se tal atitude se repetisse este ano, com a união estadual de partidos e políticos estaríamos livres de mais uma campanha que só serviria para açular mais vez os ânimos num estado pacífico.

QUANTO MAIS, MELHOR – Tem acertado em cheio o diplomático e correto governador Camilo Santana ao convocar e empossar novos membros da Polícia Militar aprovados em concursos. Mas a violência está a exigir mais policiais. Na AL, o deputado Bruno Gonçalves, do PEN, solicita que Camilo emposse mais uma turma de mais de 1.000 policiais, lembrando ainda que mais de 80 mil pessoas foram aprovadas no concurso de 2016. É preciso mais PMs do que bandidos nas ruas.

HAJA SAUDADE! – Notícia interessante colhida por repórter junto a pessoas moradoras da Secretaria Executiva Regional VII, a maior de Fortaleza. Segundo elas, a turma começa a sentir saudades do jovem secretário Antonio José Albuquerque. O problema, dizem, é que ele, preocupado com a sua candidatura à AL para 2018, tem se deslocado para municípios onde será votado. E sempre ao lado do seu “paipai” Zezinho, presidente da AL. Deixem o rapaz se eleger.

IMPRÓPRIO PARA MENORES – O debate, ou melhor, o “fuça entre cães furiosos” representado pela votação da denúncia contra o presidente Michel Temer, é o tipo de evento a ser apagado da memória dos computadores e da sociedade brasileira. Não é para “shows” como aquele que um cidadão comum e bem-intencionado se desloca, a cada pleito para exercer a sua cidadania. O que, em países como a Inglaterra e a Suíça, seria uma aula de civilidade, virou “briga de foice”.

COMARCAS – Finalmente, poderá ter sido definida a situação das Comarcas do Ceará, que tanta polêmica gerou. Depois de muito bate-boca, e até de debates educados, ficou certo que não haverá extinções, mas sim, ajuntamento de Comarcas, já que muitas delas são pouco demandadas. Ponto importante veio com emenda através da qual ninguém será obrigado a se deslocar de sua cidade para atender convocações da Justiça no desenvolvimento de processos de seu interesse.

BOM PRA NÓS – A boa nova para a economia e para a sociedade do Ceará foi a realização, pela Embaixada da Coréia do Sul, de um debate na Companhia Siderúrgica do Pecém, inclusive com a participação do embaixador Jeong Gwan Lee, e da vice-governadora Izolda Cela. Rico “tigre asiático” aquele país vê possibilidades, não só de promover benefícios sociais no Ceará, como também programar investimentos em empresas industriais geradoras de renda e de emprego.

O QUE É A POLÍTICA! – Em declarações à imprensa a respeito da campanha presidencial do país, em que é um dos concorrentes, o deputado Jair Bolsonaro do Patriota, que tem sido alvo de críticas do presidenciável cearense Ciro Gomes, afirmou que este é dono de uma “bagagem cultural extraordinária e competência administrativa”. E foi além, ao declarar que, nas eleições presidenciais de 2002 votou em Ciro. Isso pode ajudar a um dos dois num segundo turno de 2018.

Mais Lidas

Férias

As colônias de férias espalhadas pela cidade tem sido muito procuradas pelas crianças neste mês de julho. São espaços onde o contacto com a...

Entenda 2º projeto aprovado da reforma tributária

A proposta aprovada pelos deputados trata das regras do Comitê Gestor do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) de estados e municípios, que será...

Delfim Netto e o ‘Milagre Econômico’

Antônio Delfim Netto, economista catedrático e político brasileiro faleceu nesta segunda-feira (12) aos 96 anos. Foi ex-ministro da Fazenda, da Agricultura e do Planejamento,...
spot_img