27.8 C
Fortaleza

Maus exemplos

Os atos, o comportamento dos parlamentares a quem 120 milhões de brasileiros confiaram os seus votos, elegendo-os para a Câmara dos Deputados mostraram, durante a votação da denúncia contra o presidente Michel Temer, um mau exemplo de grandes proporções. Quando tiveram mais uma preciosa chance para dar ao país uma grande amostra de democracia, eles fizeram daquela sessão características de uma briga, um verdadeiro “fuça” entre bêbados desordeiros em cabarés de quinta categoria.

São grandes as =perdas para o país, quando de um espetáculo dessa natureza. A impressão que deu foi a de que muitos dos deputados desordeiros esquecerem-se de que não só os seus eleitores, como também centenas de deputados estaduais e milhares de vereadores assistiam aos seus “desempenhos”, enfrentando-se entre tapas e empurrões, quando deveriam aproveitar o momento para se comportarem como legítimos representantes de uma sociedade. A filmagem daquela bagunça envergonha o país inteiro.

Não deverá ser nenhuma surpresa se, a partir de agora, nas Câmaras Municipais país afora, os vereadores resolverem agir da mesma maneira, ou seja, transformando seus parlamentos em rinha de brigas de galo. Alguém chegou a indagar onde andaria o Conselho de Ética em momento assim. Se a pergunta foi oportuna, merece uma resposta, ou seja, em meio a um ruge-ruge em que a decência vai para os ares, os próprios membros desse conselho estão também nele envolvidos. Essa é a triste e vergonhosa verdade.

FACULDADE – A população de dezenas de municípios Centro-Sul do Estado permanece em suspense, à espera da decisão do MEC em relação à Faculdade de Medicina que está pretendendo implantar naquela região. Para isso espera que os deputados federais e estaduais ali votados se unam no sentido de que não se perca essa oportunidade de ouro para que essa escola seja ali instalada. Se é para Iguatu ou Quixeramobim, esse é o menor problema, sendo a hora de se deixar de lado o excesso de bairrismo prejudicial.

HAJA POLÊMICA – Polêmica em torno dos desencontros entre os deputados Gony Arruda e Osmar Baquit com o seu partido, PSD, está a merecer uma reflexão séria da parte, não só dos partidos, como da própria Justiça Eleitoral. Senão, vejamos: por conta de terem desobedecido a decisões do partido, eles, não só são expulsos, como também ficam ameaçados de perder o mandato. Só que esses mandatos não foram concedidos pelo partido, mas sim pelos eleitores, cujo percentual de pessedistas é muito baixo.

GRACINHA – Por entender que os R$ 2.500,00, que a Prefeitura decidiu conceder para o combustível dos carros dos Secretários Municipais, de quem foram tirados os veículos alugados, o vereador Guilherme Sampaio (PT) entra em cena, e pretende que essa “fortuna” seja reduzida para apenas R$ 996,00. Desse modo, o petista parece desejar que os senhores secretários, em vez de percorrerem a cidade para resolver problemas e acompanhar projetos permaneçam presos em seus gabinetes, tomando cafezinhos e escutando o lero-lero de políticos desocupados.

COMPOSIÇÃO DO TCM – No Plenário da AL, o combativo deputado Heitor Férrer (PSB) defendeu a sua nova PEC, destinada a promover mudanças sérias na composição de Tribunais de Contas, no caso, o TCE. Sua proposta é pelo fim das indicações políticas para conselheiro. Em vez disso, os futuros ocupantes desse cargo terão que ser técnicos especialistas em contas públicas, com experiência nesse setor. A proposta só desagrada – e muito – deputados aspirantes às futuras vagas, “mamaezadas” vitalícias e bem remuneradas.

DEFESA FIRME – Sem medo de ser hostilizado ou criticado, o deputado Domingos Neto, presidente regional do PSD, assumiu publicamente a defesa do presidente Michel Temer, encurralado por denúncia do Ministério Público. Para ele, não tem lógica acusar o presidente de ter trocado emendas por votos dos deputados a favor dele. Isso porque, lembra ele, essas emendas parlamentares são todas impositivas e legalmente aprovadas desde 2015 e 2016, sendo assim, legítimas e necessárias para os municípios dos deputados.

URGÊNCIA – Na visão do deputado Raimundo Gomes de Matos, do PSDB, se o Senado e a Câmara dos Deputados não se livrarem dos “abacaxis” e polêmicas que emperram a votação de assuntos sérios e urgentes, o país sofrerá perdas incalculáveis. Ou seja, é preciso sair do “cipoal” do caso Temer, e mergulhar, pra valer, na votação e aprovação das reformas política, previdenciária e trabalhista. “Do contrário, veremos o país ir diminuindo o ritmo até parar, o que seria um desastre para todos os brasileiros”, diz ele.

Mais Lidas

Entenda 2º projeto aprovado da reforma tributária

A proposta aprovada pelos deputados trata das regras do Comitê Gestor do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) de estados e municípios, que será...

Férias

As colônias de férias espalhadas pela cidade tem sido muito procuradas pelas crianças neste mês de julho. São espaços onde o contacto com a...

Delfim Netto e o ‘Milagre Econômico’

Antônio Delfim Netto, economista catedrático e político brasileiro faleceu nesta segunda-feira (12) aos 96 anos. Foi ex-ministro da Fazenda, da Agricultura e do Planejamento,...
spot_img