27.8 C
Fortaleza

Sem assalto ao orçamento

Na tarde de quarta-feira, uma notícia veio pegar, de surpresa, não só o mundo do político do Ceará, como de todo o País. Tratava-se de um acordo que estaria sendo estudado entre os dois políticos mais influentes do Estado, no momento, os senadores Tasso Jereissati, presidente nacional interino do PSDB, e Eunício Oliveira, presidente do Senado e do PMDB-CE. A novidade é que os dois estariam buscando saídas no sentido de trazer de volta a discussão a respeito do retorno do financiamento empresarial das campanhas eleitorais.

Como sabemos, esse tipo de financiamento, que tantas trapalhadas gerou, havia sido proibido, por inconstitucionalidade, pelo STF. Não dá para esquecer que esse tipo de ajuda aos partidos e aos candidatos, terminou sendo um escoadouro para o uso de altíssimas somas, muitas vezes oriundas de atos de corrupção, tipo propinas e outros crimes, que mergulharam muita gente em processos de “caixa 2”, que o ex-presidente Lula, “ingenuamente” havia afirmado não se tratar de nenhum crime eleitoral. Agora, a ajuda de empresários a políticos poderá retornar.

Diante desses fatos, cabe uma importante reflexão sobre a qual alguns deputados, discretamente, sem quererem aparecer, entendem que o dinheiro empresarial, apesar de fonte de muita polêmica e riscos de ilicitudes, teria a “virtude” de impedir que o orçamento federal seja assaltado em R$ 3,6 bilhões destinados, é claro, a engrossar e fortalecer grandes partidos, servindo, assim, de instrumento para o sumiço de mais de duas dezenas de partidos nanicos venais. O tema é polêmico, mas a equipe econômica de Temer deverá ficar muito grata.

VOLTA A POLÊMICA – A violência nos estádios esportivos, que tantas vítimas tem causado, inclusive tirando vidas, deverá voltar a gerar discussão, dessa vez, no Senado Federal. Na busca de saídas para esse sério problema, o senador José Pimentel (PT-CE) propõe a adoção de regras extremamente rígidas e punições severas para quem roubar a paz nos estádios. Entre os pontos da proposta dele, está a prisão por quatro anos para desordeiros e o fim das torcidas organizadas.

OCUPANDO O TEMPO – Muito boa, e oportuna, a iniciativa do deputado Zezinho Albuquerque (PDT), presidente da Assembléia Legislativa, ao decidir pelo convite para palestras e debates com os deputados, a cada 15 dias, para secretários estaduais. Desse modo, diz ele, teremos um contato direto dos deputados, na defesa de projetos para os seus municípios, diretamente com os titulares das pastas relacionadas com os problemas das cidades pelas quais foram eleitos.

MENOS, MENOS – Sem nenhuma dúvida, o deputado Tomaz Holanda, do PPS, é um dos mais dinâmicos e combativos da AL-CE, sendo frequentes as suas intervenções em defesa de mais ajuda, principalmente para municípios pequenos e mais pobres do Estado. Mas, na defesa de cursos de Medicina para o Interior, extrapolou na sua generosidade, ao afirmar que o Ceará poderia possuir, pelo menos, 26 desses cursos. O reitor Henry, da UFC, torce o nariz à idéia.

COISAS DA POLÍTICA – No interior do Estado, pessoas mais maduras e experientes costumam alertar que “não existe bobagem maior que brigar por causa de políticos”. Prova disso está sendo noticiada para todo o País. É o caso do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que depois de ter como ferrenho adversário o ex-presidente Lula da Silva, vai depor como testemunha de defesa dele no processo da “Operação Zelotes”. Vão brigar por causa deles!…

MAIS O QUE JUSTO – Mais uma vez, age de forma acertada o deputado Raimundo Matos, do PSDB-CE, ao defender, na Câmara dos Deputados, um salário de R$ 1,6 mil para agentes comunitários de saúde. Segundo argumenta ele, a ação desses profissionais, que é educativa e preventiva, salva muito mais vidas do que muitos hospitais. Seu trabalho, ao longo dos anos, vem sendo alvo de elogios até de instituições internacionais, como a Organização Mundial da Saúde.

ESTÁ NO CAMINHO – O prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, até que demorou, mas começa a dotar a população mais pobre de Fortaleza de pontos de distribuição de remédios. Esses pontos ficarão nos terminais de ônibus, como já ocorre em Antonio Bezerra, onde os funcionários de postos de saúde podem receber esses medicamentos, sem terem que sofrer maçadas em secretarias municipais. Ou seja, os postos estão a caminho do fim da falta de remédios para o povo.

Mais Lidas

Entenda 2º projeto aprovado da reforma tributária

A proposta aprovada pelos deputados trata das regras do Comitê Gestor do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) de estados e municípios, que será...

Férias

As colônias de férias espalhadas pela cidade tem sido muito procuradas pelas crianças neste mês de julho. São espaços onde o contacto com a...

Delfim Netto e o ‘Milagre Econômico’

Antônio Delfim Netto, economista catedrático e político brasileiro faleceu nesta segunda-feira (12) aos 96 anos. Foi ex-ministro da Fazenda, da Agricultura e do Planejamento,...
spot_img