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Meio século na estrada

Uma piada conhecida precisa ser levada com bom humor. Velhice é a fase da vida em que as pessoas descobrem já ter aprendido tudo, mas aí começam a esquecer. Aprender tudo não passa de força de expressão, mas memória falhar é inexorável. Por isso, depois de 50 anos escrevendo sobre automóveis colocaram um desafio ao colunista. Lembrar-se de dez fatos vivenciados mais importantes até que ainda dá, difícil é elegê-los. A seguir, uma tentativa, sem impor hierarquia de passado, presente e futuro.
1) Três lançamentos em sequência dos tempos difíceis de uma indústria jovem no País que havia começado em 1956. No último trimestre de 1968, em São Paulo surgiram Chevrolet Opala, Ford Corcel (chegou aqui antes de ser apresentado na Europa, no caso como Renault 12) e VW 1600.
2) Emerson Fittipaldi campeão mundial em 10 de setembro de 1972, em Monza e a “chuva” de pequenos panfletos com a inscrição “World Champion”. Ao volante do Lotus 72D, um dos mais belos monopostos de F-1 já construídos e sua inesquecível pintura preta e dourada. Graças a esse título construíram-se vários autódromos e o automobilismo se agigantou no País.
3) Ford T eleito Carro do Século, em 1999. Um dos ícones da chamada Indústria 2.0 (iniciada com eletricidade e linha de montagem) colocou o mundo sobre rodas e motor. Antes a Indústria 1.0 dependia de máquinas a vapor e produção desordenada.
4) Depois da Indústria 3.0, que teve ajuda da computação e robotização, começa agora a era da Indústria 4.0. A Internet das Coisas (IoT, em inglês) está mudando os conceitos de produção seriada, em especial ritmo e customização de produtos. Sem esquecer a impressão 3D.
5) Morte de Ayrton Senna, em Imola, em 1º de maio de 1994, ao volante do Williams FW16. Além de consternação mundial e ainda maior no Brasil, o brasileiro foi o piloto mais rápido de todos os tempos. Automobilismo aqui declinou bastante depois disso.
6) Início da era do carro autônomo (nível 3). Pedidos do Audi A8 serão aceitos a partir de 1º de setembro próximo na Alemanha. Funções de condução autônoma serão gradualmente incorporadas à produção em 2018.
7) Os 50 anos de produção contínua do Porsche 911 comemorados em 2013. Um carro esporte único por manter silhueta e arquitetura básica (motor atrás do eixo traseiro) intocadas. A potência subiu de 130 cv para 700 cv: ícone da tecnologia automobilística.
8) Fusca, outro ícone por ter sido o automóvel mais produzido da história da indústria mundial com o mesmo conceito básico de estilo e mecânica, protagonizou um fato mais do que curioso. Parou aqui em 1986 e voltou por três anos entre 1994 e 1996 em razão de circunstâncias políticas.
9) Grandes fusões na indústria automobilística mundial. Uma não deu certo e foi desfeita (DaimlerChrysler). Mas a consolidação continua e será meio de sobrevivência para novos tempos de mobilidade, direção autônoma e propulsão alternativa.
10) Brasil criou o maior programa de combustível renovável (etanol) do mundo, em 1975, em resposta à baixa produção de petróleo no País e ao alto preço de importação. Hoje deveria se colocar como compensação aos combustíveis de origem fóssil, mas o País parece perder a oportunidade.

Hyundai acaba de confirmar que lançará nos EUA sua primeira picape, batizada de Santa Cruz. Foi exibida como veículo conceitual no Salão de Detroit de 2015. Se houve sinal verde para a marca coreana entrar no segmento, tudo indica que a picape Creta STC, também um “conceito” no Salão do Automóvel de São Paulo (novembro 2016), será bem real em pouco tempo.

Segunda geração do Audi Q5 agora vem do México e perdeu 50 kg de massa. Capô estendendo-se sobre os para-lamas cria estilo próprio e atraente. Nova tração integral de série permite ter até 100% de torque nas rodas traseiras de forma automática, o que assegura grande prazer ao dirigir. Mesmo sem imposto de importação, preço é salgado: R$ 244.990 a 292.900.
Sandero tem subido entre os mais vendidos em razão do motor de 1 litro e três cilindros. Nível de vibração não está entre os melhores, porém suas respostas em baixas rotações são superiores ao antigo quatro -cilindros e a economia de combustível é patente. Comando de câmbio também melhorou, mas há parafusos aparentes em demasia frente aos concorrentes.

Volvo XC60 chegará ao Brasil no próximo mês com preços entre R$ 235.950 e 266.950. Espaço interno é um ponto alto, mas o refinamento na direção ainda fica aquém dos rivais. Muito interessante o sistema capaz de desviar de outro veículo que saia da faixa oposta, evitando colisões frontais. Afinal, maioria das rodovias no mundo tem pista simples.

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