23.1 C
Fortaleza

Argo redime a Fiat

Se os hatches compactos ainda representam de longe a preferência dos brasileiros, apesar de todos os avanços dos SUVs e crossovers, o ano de 2017 ficará marcado pela renovação e atualização tecnológica dos projetos em nível poucas vezes vistos na história da indústria. O primeiro a chegar é o Fiat Argo, cujas vendas já se iniciaram, enquanto o novo Polo vai demorar um pouco mais (ver abaixo).

Apesar de o novo compacto da marca italiana não se enquadrar como projeto mundial, o trabalho de desenvolvimento feito em Betim (MG) mostra-se bastante competente. Sua arquitetura básica é a do Punto, ao qual substitui, mas com grau de refinamento superior. Isso aparece de forma conspícua desde o estilo bem atraente (basta notar o formato na parte central superior do para-brisa), um interior de características inéditas na marca, os cuidados com as guarnições de portas para garantir seu fechamento com um quê de qualidade e até pormenores como iluminação na região dos pés do motorista.

Oferecer três opções de motores – 1 litro tricilindro (72/77 cv) e dois quadricilindros de 1,3 litro (101/109 cv) e 1,75 litro (135/139 cv) – e três opções de câmbio – manual e automatizado de cinco marchas, além de um automático moderno de seis marchas – demonstra que a Fiat decidiu cercar toda a gama de concorrentes diretos que incluem Onix, HB-20, Ka, Gol, Sandero e Etios, na ordem dos mais vendidos no mês passado. São três as versões – Drive, Precision e HGT – cujos preços, sem incluir opcionais, vão de R$ 46.800 a 70.600.

Argo marca uma guinada no conceito comum na marca de procurar baixar preço a qualquer preço (perdoem o trocadilho). Nada de economizar em revestimento baratos, saídas de ar do painel descuidadas, plásticos com rebarbas, tela multimídia (no caso, de sete polegadas, formato de tablete e alta definição) ou sonegar engates isofix para bancos infantis. Única opção estranha é uma coluna de direção com regulagem de altura e distância nas versões mais caras e só em altura, nas mais baratas.

Espaço interno equivale ao do Onix, com vantagem de 7% em relação ao porta-malas de 300 litros (no rival, 280 litros) Seu desempenho dinâmico também se destacou na avaliação inicial, em particular com o motor mais potente. O de 1,3 litro se ressente um pouco de falta de torque para seus 1.148 kg de peso em ordem de marcha. Já o de 1 litro nem estava disponível no lançamento à imprensa, pressupondo que deixa a desejar.
Comportamento em curvas exemplar, embora o HGT estivesse com pneus mais largos opcionais. À posição de dirigir, bem melhor que outros Fiat (volante menos inclinado e mais baixo), soma-se resposta direcional progressiva e precisa. No entanto, persiste o curso do acelerador longo demais. Caixa de câmbio de câmbio automática trabalha sem hesitações ou trancos. Até a regulagem do encosto dos bancos dianteiros, por botão giratório, foge dos padrões franciscanos da marca.

A Fiat espera vender 6.000 Argo por mês que, se somados aos 9.000 de Uno, Mobi e Palio juntos, lhe daria condições de reassumir o protagonismo perdido nos últimos dois anos de conflito entre modelos e vendas em queda.

Finalmente, boas notícias no mês de maio. Pela primeira vez, desde2014, as vendas de veículos no mercado interno reagem. Cresceram 17% em relação ao mesmo mês do ano passado e, no acumulado do ano, mais 1,6% (considerados apenas veículos leves, + 2,3%) sobre igual período de 2016. Média de 8.900 unidades/dia contra apenas 6.700, em janeiro último.

Carros com motores de 1 litro subiram de 33% para 37% das vendas, sugerindo que recursos do FGTS irrigaram mesmo o mercado interno. Estoques se mantêm dentro da normalidade: 33 dias. Exportações tiveram o melhor mês da história e também no acumulado dos primeiros cinco meses do ano. Isso fez a produção crescer robustos 23% sobre janeiro-maio de 2016.

Mercedes-Benz Classe C Sport agora é topo de linha do médio-grande produzido no Brasil. Motor 2,0 turbo tem acelerações vigorosas. Novo câmbio automático de nove marchas permite respostas imediatas, além de manter velocidades de cruzeiro de 120 km/h a menos de 2.000 rpm. Gerenciamento de ruído do escapamento também encanta. Preço: R$ 241.900.

Fontes da Coluna detectaram atraso no SOP (sigla em inglês para início de produção) do novo VW Polo, em São Bernardo do Campo (SP). Passou de 1º de julho para 1º de setembro próximo. Já SOP do sedã Virtus, de mesma arquitetura, se manteve em 1º de novembro.

Mais Lidas

Entenda 2º projeto aprovado da reforma tributária

A proposta aprovada pelos deputados trata das regras do Comitê Gestor do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) de estados e municípios, que será...

Férias

As colônias de férias espalhadas pela cidade tem sido muito procuradas pelas crianças neste mês de julho. São espaços onde o contacto com a...

Delfim Netto e o ‘Milagre Econômico’

Antônio Delfim Netto, economista catedrático e político brasileiro faleceu nesta segunda-feira (12) aos 96 anos. Foi ex-ministro da Fazenda, da Agricultura e do Planejamento,...
spot_img