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E a reforma política?

O país inteiro, escandalizado e sem ter como reagir, continua acompanhando a onda de notícias vergonhosas que enlameiam a política e a administração brasileira, melhor, as administrações, em todos os níveis. Os exemplos se amontoam. São ex-prefeitos denunciados por gestões que inviabilizam o trabalho dos seus sucessores. São prefeitos atuais em conluio com vereadores aliados, empregando “fantasmas” nas prefeituras e câmaras municipais. Esses são apenas alguns exemplos do que ocorre Brasil afora e sem se falar com o que ocorre em Brasília.
O pior é que, ainda a 18 meses do próximo pleito, já pipocam por todos os lados negociatas de todos os tipos, entre deputados em busca de reeleição e candidatos estreantes em busca do primeiro mandato. Como a grande maioria se encontra meio imobilizada pela crise gigantesca que assola o País, é preciso descobrir alguma fonte de renda com que engrossar o orçamento para gastar em 2018 com a compra de votos. Embora a maioria dos mais contumazes corruptores eleitorais se encontre temerosa com a Lava Jato, a corrupção continua vivíssima.
Tudo isso seria evitado, pelo menos em parte, se a nossa Lei Eleitoral, além de ser uma das mais retrógradas do Planeta, não estivesse, por cima, desatualizada em mais de meio século. Por conta disso, permanecem as mesmas regras paliativas, que fazem a verdadeira festa para compradores e vendedores de votos, além do lançamento, pelos partidos, de candidatos cujos “currículos” são autênticos folhas corridas policiais ou seja, sem reforma política e eleitoral, continuaremos gastando papel e pestanas, com denúncias que sempre cairão num imenso vazio.

DESCULPE-ME, DEPUTADO – Na AL, o deputado Agenor Neto, do PMDB, talvez na boa vontade de proporcionar alguma chance de trabalho para às mulheres, está anunciando defender a criação de 20% das vagas de agentes penitenciários para representantes do sexo feminino. Tudo bem, mas se estivéssemos num país onde o sistema penitenciário oferecesse um mínimo de garantia e de dignidade às pessoas nessa função. Entre nós, é puro risco de vida.

QUADRILHA – Na quarta-feira, 28, uma notícia já bastante corriqueira: no município litorâneo de Itarema, a promotora de Justiça Maiara Bezerra, mostrando não “ter medo de coice de porca”, mandou “engaiolar”, de uma só vez, “apenas” oito dos 13 vereadores da cidade. Estes, formando uma quadrilha com os gestores municipais, resolveram combater o desemprego e encontraram a solução: empregaram centenas de “fantasmas”, de quem “mamam” os salários.

E AGORA, LUIZ? – Os tucanos do estado do Ceará, presididos pelo correto e decente ex-senador Luiz Pontes, continuam no aguardo das decisões do comando nacional do partido, em relação à continuidade ou não ao lado do tão desgastado presidente Michel Temer. Sabe-se que a intenção do PSDB é defender, e salvar, pelo menos as reformas da previdência e do trabalho, sem as quais, o caos será muito maior. E esperar por “fatos novos”, mais se complica aquela sigla.
ARREPENDIMENTO – A eficiente jovem ex-deputada Laís Nunes (PMB) deve estar sentindo grande arrependimento, ao ter trocado a sua cadeira na Assembléia Legislativa, onde tinha excelente conceito, pela Prefeitura de Icó, sua terra natal. Agora, ela enfrenta imenso rombo deixado pelo ex-prefeito Jaime Júnior (DEM). Além de uma dívida impagável de R$ 100 milhões, Laís herdou um quadro funcional que gasta 67% do orçamento, um crime contra a LRF.

REDUÇÃO QUE PREJUDICA – Ontem, no Núcleo da Associação Cearense de Magistrados, no Fórum Clóvis Beviláqua, o presidente nacional da Associação de Magistrados do Brasil, Jayme de Oliveira, e o presidente da ACM, Ricardo Alexandre, fizeram exposição de motivos e deram entrevista a respeito da extinção de 27 zonas eleitorais no Ceará. Para eles, trata-se de uma economia que leva o Estado aos anos 40-50, quando eram raras as zonas eleitorais do estado.

VIDAS EM RISCO – Na AL, um assunto se torna persistente, sem ser repetitivo. Trata-se dos problemas com o sistema de saúde. Entre as falhas mais condenadas, está a maneira como o Governo Federal reduz, a cada mês a sua participação com manutenção desse sistema. Segundo denunciava o deputado e médico Lucílvio Girão, enquanto a União contribuía, no governo JK com 70% para a saúde, foi reduzido, hoje, para apenas 24%, um risco para milhões de vidas.

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