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Fortaleza

Acreditando no Nordeste

O encerramento, ontem, do XX Seminário Nordestino de Pecuária – Pecnordeste, ale, de mostrar um evento que se supera a cada ano, cresce também como fator motivador para o desenvolvimento pecuário da região, com ou sem dificuldades. Conforme puderam comprovar os participantes dos nove estados do Nordeste e dos demais estados, o Pecnordeste nunca foi, e nem será jamais, um fórum regionalista destinado a servir de “muro das lamentações” para produtores carentes de ajuda dos poderes públicos. Para o coordenador do evento, Paulo Hélder, “o Pecnordeste é uma vitrine de confiança e de mostra de otimismo”.
É claro que, em ocasiões assim, é normal que haja cobranças aos poderes públicos para mais apoio ao produtor, principalmente o produtor nordestino. O Pecnordeste, este ano, não foi uma exceção. Mesmo assim, a esmerada organização ofereceu ao público uma farta programação de cursos, palestras, oficinas e outras atividades, com o que, além de mostrar a garra e a criatividade do nordestino, proporcionou conhecimentos técnicos preciosos para os jovens interioranos, de incalculável valor para dinamizar a produção agropecuária do Nordeste.
Aos que têm o Nordeste como região pobre e atrasada, o troco vem do baiano João Martins da Silva, presidente da CNA: “O Nordeste é viável, competitivo e, além de tudo, sustentável. Há expressiva margem para o desenvolvimento e fortalecimento do agronegócio na região. (…) Assim como acontece em outras regiões semiáridas do mundo, é imprescindível que o Nordeste esteja integrado a uma política do Estado brasileiro. (…) Cabe incluir a formulação de política agrícola diferenciada para áreas como essa”.  Esse ato de fé foi a marca do Pecnordeste-16.

E a qualidade? Tem sido muito comentado nos meios políticos, ou entre simples eleitores: caminhamos para ter, neste ano, a disputar a Prefeitura de Fortaleza um número recorde de candidatos. Isso, se nada mudar até na data-limite para registros de candidaturas. Entretanto, o que continua preocupando, cada vez mais, nem é a força eleitoral de cada candidato, mas sim a qualidade daqueles que os partidos apresentarão. O povo não suporta mais mediocridades.

O mal-amado – Poucos políticos que assumiram, nos últimos 20 anos a presidência da Câmara dos Deputados, tornaram-se tão mal-amados o quanto o deputado maranhense Waldir Maranhão, do PP, que se tornou mais indesejável que o próprio presidente afastado, Eduardo Cunha, com todos os seus pecados. O PP o quer, a qualquer custo, fora da presidência, para depois expulsá-lo. Feito isso, o partido já começou a batalhar para ter de volta aquele cargo.

Maus exemplos – A mais recente, e desagradável, novidade vinda da região do Cariri está relacionada mais crimes praticados com agentes públicos. Dessa vez, através da “Operação Perícia Legal”, o MPE fecha o cerco em torno de agentes públicos, ou seja, funcionários da Perícia Forense, acusados de “grilagem” de terrenos para vendas irregulares, e de cobranças fraudulentas de comissões. A população fica sem saber mais em quem confiar.

Desperdício muito – Na manhã de quinta-feira, o titular da Secretaria dos Recursos Hídricos, Francisco Teixeira, teve debate na AL, onde respondeu questionamentos dos deputados sobre a crise hídrica do Estado. Nos bastidores da casa, lideranças comunitárias denunciavam casos de donos de veículos que, utilizando longas mangueiras, chegam a gastar dezenas de metros cúbicos de água numa única lavagem. Isso sim, é que se pode chamar de descarado desperdício.

Papo de candidato? – Primeiro, foi o ínclito ministro Joaquim Barbosa, que na relatoria do “mensalão” encalacrou muitos figurões, e, por isso, foi citado como aspirante à Presidência da República. O que ele desmentiu. Agora, é a vez do procurador da República, Rodrigo Janot, o novo terror dos corruptos, e que tem pedido cadeia até para o ex-presidente Lula. No âmbito da Polícia Federal, é voz corrente que ele pode estar sonhando em chagar ao Planalto.

Tesouro oculto – Segundo a jornalista Vera Magalhães, da Veja, da coluna Radar, o delator-mór do momento, da Lava Jato, Sérgio Machado, parece estar ainda ocultando o “pulo do gato” ao procurador Janot. Segundo ela, Machado ainda não falou, em sua delação, da compra e venda de pedras preciosas utilizadas para lavar propinas. Diante disso, é tido como certo que, se ele não quiser perder os benefícios da delação, é melhor “abrir o bico”.

(REDATOR SUBSTITUTO)

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