O discreto arcebispo metropolitano de Fortaleza, D. José Antonio Tosi, em momento inspirado e oportuno, resolveu afastar da atividade político-partidária alguns sacerdotes aspirantes a prefeituras no interior. Com essa medida, o respeitado pastor católico terminou mostrando aos demais bispos do estado do Ceará, o rumo que estes deverão tomar, se quiserem impedir que muitos cidadãos, ordenados sacerdotes para a sagrada missão de manter cristãos dentro do que preceitua essa doutrina, sendo transformados em políticos, secundarizando o sacerdócio.
Como já pregava o grande cardeal D. Aloísio Lorscheider. “para um sacerdote não há política mais edificante do que proteger o seu rebanho dos maus políticos”. Para isso, deu a atender o prestigioso cardeal que a política partidária mais divide do que soma as ovelhas de uma paróquia, de uma diocese, de um estado e de um país. Em sua deliberação, o arcebispo D. José Antonio joga pesado com os vigários e párocos de Jijoca de Jericoacoara, Parambu e Cascavel; se eles decidirem candidatar-se a prefeito, terão suspensas as suas ordens, que só o Vaticano poderá devolvê-las. O episódio traz muitas reflexões sobre o ingresso de padres na política. Na Assembléia Legislativa do Ceará, e, em prefeituras interioranas, aconteceu verdadeira “invasão” de padres que viraram deputados, tendência que, aos poucos, diminuiu até enxergar-se o inconveniente dessa atividade para um homem consagrado para formar bons cristãos. Para o grande bispo-conde de Sobral, D. José Tupinambá, “o mínimo que a política partidária pode fazer a um vigário-prefeito, é ele ter metade da cidade contra si, em prejuízo da Fé, da Igreja e do próprio cristianismo.
Sem destino – Em Brasília, pela enésima vez, vem à tona, novamente, o retorno da mal-amada CPMF. Dessa vez, o problema é o desencontro de opiniões a respeito do destino desse tributo, caso seja aprovado. Se, quando criada pelo Dr. Jatene, seu destino era a Saúde, recentemente ela foi defendida para a Saúde, mas também para ajudar prefeituras a sair da quebradeira total. Agora, um grupo de parlamentares defende uma CPMF para “salvar a Previdência Social”.
Proposta razoável – Bastante razoável proposta do deputado Tomaz Holanda (PMDB), através de um Projeto de Indicação, através do qual propõe a privatização total, ou um sistema de co-gestão entre governo do Estado e iniciativa privada, para a administração de presídios no Ceará. Isso, diante da comprovada incapacidade do governo para resolver os problemas do sistema penitenciário, hoje superlotado, além de carente de reformas e ampliações.
Porteiras – O deputado Ely Aguiar (PSDC), autor do projeto que criou no sistema de vigilância de fronteiras entre o Ceará e os estados do Piauí, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco, para o combate à entrada de drogas no nosso estado, quer que o Poder Executivo leve em conta as estradas vicinais que adentram o espaço cearense, e pelas quais entra muita muamba, contrabandos e drogas continuam entrando de forma desenfreada, o que exige providências urgentes.
Guardas sem confiança – Na Assembleia Legislativa, vários deputados têm recebido muitas queixas sobre a falta de apoio para a criação de Companhias de Guardas Municipais, tão cobradas pela população em todos os municípios. Eles cobram condições para preparar guardas a serem utilizados, o que só poderia ser feito na PM, em Fortaleza. Sem preparo psicológico e treinamento, será um grande risco colocar homens armados nas ruas, o que seria ameaça em vez de segurança.
Comissões de Recesso – No encerramento de mais um semestre de trabalho na AL, repetiu-se o que tem acontecido a cada início de recesso parlamentar: a constituição de uma Comissão de Recesso que, segundo a Mesa, terá a responsabilidade de resolver problemas urgentes e de reconhecida relevância. Só que, num período pré-eleitoral, só um milagre fará com que se consiga reunir os nove deputados indicados para esse fim, tendo em vista os interesses eleitorais de todos eles.
Prensa – Segundo o presidente do TCM, Francisco Aguiar, os partidos políticos terão que estar atentos aos movimentos daquele colegiado. Isso porque, mesmo depois de inauditos esforços para orientar prefeitos, secretários e presidentes de Câmaras, muitos deles cometeram ilícitos. Diante disso, os dirigentes partidários devem aguardar a lista dos inelegíveis, evitando assim, decepções. O TCM, diz ele, tudo faz para orientar, mas não deixará impunes qualquer tipo de fraude.