Impeachment é ferramenta
democrática e constitucional
Deputado Roberto Freire (SP),
presidente nacional do PPS
A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de blindar Lula do rigoroso juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, criou o precedente que o governo queria. O Palácio do Planalto trabalha há semanas em um “acordão” com setores da Justiça, para que políticos sem mandato (e sem foro privilegiado), como o ex-presidente, flagrados na gatunagem da Petrobras, sejam julgados no STF e não por Moro.
“Conciliação”, o pretexto
Ministros do PT juram que o objetivo do acordão não seria livrar os políticos de condenações, mas abrir caminho à “conciliação nacional”.
Motivo real do conchavo
Como Lula, vários ex-deputados e ex-ministros, atualmente sem foro privilegiado, têm medo de ser julgados pelo juiz Sérgio Moro.
Mão pesada de Moro
Como o ex-presidente Lula, o Planalto acha que o juiz federal criminal Sergio Moro, ao contrário dos ministros do STF, condena à prisão sem hesitações.
Ministro Fux avisou
O risco de precedente, pelo qual o Planalto se empenhava, aberto ontem com a blindagem de Lula, foi citado no voto do ministro Luiz Fux.
Quem dá mais?
A Odebrecht também quer vender suas empresas de saneamento, uma obra de uma rodovia no Peru, considerada de grande porte, e outras.
Mais demissões
O grupo Odebrecht tinha mais de 180 mil funcionários até 2014, mas hoje eles totalizam 128 mil. E haverá ainda mais demissões.
Cresceu, acredite
O faturamento bruto da Odebrecht cresceu de R$108 bilhões em 2014 para R$ 130 bilhões em 2015, mesmo com todo o rolo da Lava Jato.
Operação sórdida
O setor empresarial paulista está ansioso por detalhes da delação do ex-deputado mensaleiro Pedro Corrêa (PP) sobre a compra de votos para a reeleição de FHC. Ele disse que o banqueiro Olavo Setúbal distribuía “vale-dólar” à saída do plenário, para quem votava a favor.
Dilma quem?
Ao microfone, os sindicalistas que lideravam hordas de pobres diabos, laçados nas periferias, xingavam a rede Globo e pediram até “SUS para todos”. Quase não havia faixas e bandeiras em defesa de Dilma.
Lula lá, com a zelite
Enquanto os manifestantes lanchavam debaixo do sol escaldante de Brasília, Lula permanecia no bem-bom, do ar-condicionado do hotel de cinco estrelas Golden Tulip. Endereço, aliás, manjado na Lava Jato.
Mal me quer
O deputado Jerônimo Goergen (PP-RS) telefonou ao ministro Marcelo Castro (Saúde) para brincar com sua aflição. “Não se preocupe, o PP não quer seu ministério. Quem não quer você é o governo”, brincou.
Barbosa como alvo
Na manifestação contra o impeachment, em Brasília, entidades como CUT, CTB e MST exibiram faixas exigindo a cabeça do ministro petista Nelson Barbosa (Fazenda) contra o ajuste fiscal.
Eles não sabem
Manifestantes pró-Dilma pararam no tempo. Boa parte das faixas na manifestação de ontem, em pleno 2016, pedia o “fim da ditadura”. Não pareciam saber que a ditadura acabou em 1984, nas eleições de 1989.
Ei, você aí
O Planalto mandou sondar a direção do PRB para saber se admitiria retornar ao governo, mesmo após anunciar rompimento com Dilma, garantindo que seus 21 deputados votariam contra o impeachment.
Excesso de crime
Foi uma aula a apresentação, na Câmara, de Janaína Paschoal, autora do impeachment. “Dizem que impeachment sem crime é golpe, mas temos aqui excesso de crime”, disse, para delírio da oposição.
Pensando bem…
…Dilma passou o dia ao telefone oferecendo mundos, fundos e cargos, para tentar escapar do impeachment. Só faltou oferecer o seu.
As batatas do presidente
Perseguido pelo regime militar, Juscelino Kubitschek dedicou-se a uma pequena fazenda nas proximidades de Brasília. Certo dia ele irrompeu no escritório de um amigo, Sérgio Rossi, vestido a caráter e calçando botas:
– Sérgio, estou aí fora com um caminhão carregado com as batatas que eu plantei. Como faço agora para vender isso?
Incrédulo, Rossi o acompanhou até a rua e, de fato, lá estava um caminhão carregado de batatas:
– O senhor plantou isso tudo, presidente?
– Claro. Mandaram-me plantar batatas e eu as plantei. Agora, é tratar de vendê-las.