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Fortaleza

Coleta de lixo de Fortaleza é motivo de críticas

O novo modelo de coleta lixo de Fortaleza, que diz respeito à limpeza urbana da cidade, tem gerado questionamentos e tem sido motivo de críticas de parlamentares cearenses. Na tentativa de “educar” a população e resolver a situação do lixo espalhado em Fortaleza, o prefeito Roberto Cláudio (PDT), sancionou, em maio deste ano, uma nova lei que prevê penalidades aos grandes geradores de resíduos sólidos, que destinam o lixo de maneira incorreta. No entanto, diminuiu cerca de 10% do recolhimento de lixo feitos por caçambeiros na Capital, iniciativa que tem aumentado pontos de lixo acumulados nas calçadas, meio-fio das ruas e avenidas de Fortaleza.

CRÉDITO DA FOTO: NAYANA MELO / O ESTADO
CRÉDITO DA FOTO: NAYANA MELO / O ESTADO

A deputada federal e ex-prefeita de Fortaleza Luzianne Lins (PT) critica, ao jornal O Estado, a redução nos serviços de coleta, pondera que a cidade “retrocedeu” nesta política e, pontua que não tem sido difícil perceber a situação “dramática, de sujeira e poluição” em que se encontra a cidade hoje.
“Quem circula hoje por Fortaleza tem a impressão de que a cidade virou um lixão a céu aberto. Ruas, praças, avenidas e outros espaços públicos estão imundos, completamente abandonados. E o atual prefeito ainda joga na população a culpa pelo aumento da sujeira, pela multiplicação dos pontos de lixo. Na verdade, o que falta é transparência, responsabilidade e competência pra lidar com a questão da limpeza urbana”, critica.

Segundo a petista, os serviços de coleta, como varrição e capinação também foram reduzidos ao longo da atual gestão, além de ocorrer corte nos gastos com a limpeza urbana, na redução no valor dos contratos das empresas, salientando que os atrasos nos pagamentos se acumulam. Em Fortaleza, são recolhidas (porta a porta), 51 mil toneladas de lixo por mês. Já com relação a coleta especial urbana (pontos de descarte irregular de lixo, poda e entulho), totaliza 61,1 mil toneladas por mês.
“A Prefeitura empenhou mais de R$ 85 milhões em gastos com propaganda e eventos, além de ter aumento de maneira exponencial os gastos com cargos comissionados. Portanto, a questão é de prioridade”, ressalta.

Competência

Para o vereador Ronivaldo Maia (PT) que, no primeiro governo de Luizianne, foi presidente da Empresa Municipal de Limpeza e Urbanização (Emlurb), ao assumir a Prefeitura, Roberto Cláudio pegou o sistema de coleta de lixo desenhado, onde se tinha o dimensionamento dos pontos de lixos e a quantidade de caçambas que deveriam recolher os resíduos em todas as regionais. “A cidade acumulou lixo. A Prefeitura não está tendo competência para continuar essa política”, afirma.
Conforme Ronivaldo, apesar da crise “no caixa”, a redução nos serviços não era para ter ocorrido. “Eu sei que essa política é cara, mas ele não tem priorizado. Desde março vem acontecendo esse acúmulo, mas tenho certeza que ao se aproximar as eleições, o cenário não vai ficar como está”, diz.

Avanço

Conforme o líder do Executivo, na Câmara Municipal de Fortaleza, o vereador Evaldo Lima (PCdoB), a perspectiva é que se avance a política de gestão de resíduos sólidos, na Capital. “Esse é um problema histórico de Fortaleza. A Capital tem uma coleta diária semelhante a cidades de portes como São Paulo, Rio de Janeiro e Nova Iorque”, afirma, ponderando que, ao criar um marco regulatório de resíduos sólidos, a Prefeitura tem o objeto de minimizar os problemas dessa dimensão, que impacta diretamente na questão ambiental e na saúde pública.

“É necessário que se avance cada vez mais em educação ambiental e também na sanção aos grandes geradores de lixo, como aqueles que tem a responsabilidade legal de realizar a sua própria coleta e darem a destinação adequada do lixo. “Antes, não se fazia isso”, ressalta.

Sobre as críticas dos opositores, Evaldo Lima salienta que a questão não está divorciada da disputa política da cidade. Conforme o parlamentar, a crítica de pré-candidatos, por exemplo, não é uma questão estritamente republicana, da defesa do interesse coletivo. “Agora, tenho certeza, que a Prefeitura está avançando de forma responsável, no que diz respeito à responsabilidade ambiental de Fortaleza”, pontua.

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