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Homicídio de mulheres cresce 140% no Ceará

O estudo “Mapa da Violência 2015”: Homicídio de Mulheres”, produzido pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso) e divulgado, ontem, aponta que a taxa de homicídios de mulheres, no Ceará, cresceu 140,8%, entre 2003 e 2013. O relatório indica, ainda, no mesmo período, o aumento de 158,9% na taxa de mortes violentas da população feminina em Fortaleza.

Foto: NAYANA MELO / O Estado
Foto: NAYANA MELO / O Estado

Levando em consideração o crescimento da taxa (140,8%), em 10 anos, o Estado figura na quinta posição entre as unidades federativas. Contudo, considerando o recorte entre 2006 (ano em que foi sancionada a Lei Maria da Penha) e 2013, o Estado desponta na terceira colocação, com 96,1 homicídios de mulheres para cada 100 mil habitantes. A pesquisa indica que em 2013, ano com os dados mais recentes disponíveis, o Ceará consta em oitavo lugar no País, com a taxa de 6,2 mortes, e terceiro no Nordeste, atrás de Alagoas (8,6) e Paraíba (6,4).

Entre 2003 e 2013, Fortaleza figura na quinta posição entre as capitais com crescimento de 158,9% na taxa de homicídios. No período que compreende 2006 e 2013, a Capital está também na quinta colocação, com aumento de 104,8%. Em 2013, em números absolutos, Fortaleza é a segunda capital com mais homicídios de mulheres, registrando 139 casos. Considerando a taxa de mortes violentas, em 2013, a capital cearense é a quarta do País, com 10,4 homicídios para cada 100 mil habitantes.

Brasil
De 1980 a 2013, foram vítimas de assassinato 106.093 mulheres. Entre 2003 e 2013, o número de vítimas do sexo feminino passou de 3.937 para 4.762, incremento de 21,0% na década. Segundo o Mapa da Violência, diversos estados evidenciaram “pesado crescimento” na década, como Roraima, onde as taxas de homicídios femininos cresceram 343,9%.

Perfil
Jovem, entre 18 e 30 anos, negra e assassinada na própria residência. Conforme o estudo, esse é o perfil da vítima no Brasil. Em 2013, o maior índice de mortes registrado foi entre mulheres de 18 anos: 3,6% dos 4.762 óbitos (168 mulheres).

É a incidência mais alta de assassinatos dentro do que foi traçado pelo estudo como a faixa etária mais perigosa para as mulheres – que vai dos 18 aos 30 anos de idade.

Enquanto o número de homicídios de mulheres brancas caiu 9,8% entre 2003 e 2013 (de 1.747 para 1.576), os casos envolvendo mulheres negras cresceram 54,2% no mesmo período, passando de 1.864 para 2.875.

Conforme a pesquisa, o local dos crimes chama atenção pela domesticidade. 27,1% deles acontecem no domicílio da vítima. Outros 31,2% acontecem em via pública, e 25,2% em estabelecimento de saúde. Parentes imediatos, parceiros e ex-parceiros são responsáveis por quase sete em cada dez atendimentos médicos. Entre mulheres jovens, namorados e maridos são responsáveis por 50,7% das agressões.

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