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Petroleiros fazem ato em defesa da Petrobras no Centro

A greve dos petroleiros completou, ontem (10), o seu décimo dia e ainda não existe uma possibilidade de acordo com a diretoria da Petrobras. Isso porque o movimento paredista não é por aumento de salário, mas sim em defesa da maior petroleira da América do Sul, e uma das maiores do mundo, apesar dos desvios de verbas já confirmados durante as investigações da Operação Lava Jato. Parte desses recursos foi restituída à companhia, mas o valor total desviado ainda é extremamente superior ao que retornou para seus cofres.

Na última segunda-feira (9), trabalhadores do campo terrestre Fazenda Belém, situado no município de Aracati, aderiram ao movimento grevista nacional. Em Paracuru, a contingência formada por supervisores e engenheiros retomou poços em Xaréu. Produção atinge máxima de 54% de óleo e gás. A Petrobras está utilizando de horas extras ilegais e regimes de sobrejornada abusiva, exigidas do contingente mínimo, para manter a produção.

O Sindicato dos Petroleiros do Ceará e Piauí (Sindipetro-CE/PI) salienta que esses trabalhadores que estão operando nas plataformas em caráter emergencial não foram habilitados para tal, o que multiplica o risco de acidentes e derramamento de óleo naquela área do litoral cearense. Ainda segundo a entidade, três das nove plataformas no Estado estão paradas e outras seis estão operando com o contingente mínimo.

Manifestação

Na manhã de ontem, os grevistas realizaram uma manifestação na Praça do Ferreira, que contou com a participação de 200 manifestantes, aproximadamente – entre trabalhadores, movimentos sociais e estudantis –, chamando a atenção da população para os motivos da paralisação. De acordo com o presidente da entidade, Oriá Fernandes, “se os cortes que a Petrobras planeja realizar continuarem e o fatiamento e a privatização dela acontecer, a estimativa é de que 20 milhões de empregos deixarão de ser gerados até 2019”, calcula o dirigente. Por isso, acrescentou Fernandes, os petroleiros aprovaram que a luta principal da categoria é a retomada dos investimentos da Petrobras, a manutenção dos empregos, a defesa das conquistas que o País garantiu nos últimos anos e a garantia de condições seguras de trabalho.

Em nota oficial, a estatal “reitera que, apesar do efeito na produção de petróleo e gás no Brasil, resultante do movimento grevista, a distribuição está funcionando dentro da normalidade e não há previsão de desabastecimento do mercado”. Já a Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP) afirmou que “tem como função garantir o abastecimento nacional de combustíveis. No momento, não há risco de desabastecimento”. A Petrobras também informou, em nota oficial divulgada na noite de anteontem, que “se dispôs a avançar em itens reivindicados pelas entidades sindicais e discutir aqueles não relacionados diretamente ao ACT (Acordo Coletivo de Trabalho 2015)”.

Desdobramentos

Representantes da empresa estiveram reunidos com representantes da Federação Única dos Petroleiros (FUP) e integrantes de sindicatos filiados à entidade, além da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) e seus sindicatos, para buscar o fechamento do ACT 2015. “A empresa está aberta à negociação e a discutir as reivindicações dos representantes dos empregados. O agendamento de novas reuniões esta semana e a retomada do diálogo reforçam os esforços na busca por entendimentos para o fechamento do Acordo Coletivo de Trabalho 2015”, diz a nota.

A Petrobras informou, ainda, que tem conseguido reduzir os impactos da greve sobre as operações por meio do plano de contingência. “A perda diária de óleo, por efeito da greve, diminui 60% desde o dia dois deste mês. O impacto atual estimado na produção de petróleo tem sido, desde o último sábado (7), da ordem de 115 mil barris ao dia”, completou o documento.

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