O debate de terça-feira (10) foi levado a sério pelos pré-candidatos republicanos à Casa Branca, que, sob pressão de financiadores de campanha, testaram estratégias e se submeteram a treinamentos para melhorar o desempenho nas pesquisas.
Mas, para o espectador descompromissado, foi um show até que divertido, com deslizes, gafes e brincadeiras fora de hora.
A começar pelo ex-governador da Flórida Jeb Bush, o pré-candidato sobre quem inicialmente pesavam as maiores expectativas e sobre quem agora pesam as maiores decepções.
Empacado nas pesquisas, ele precisava mostrar um desempenho superior ao do debate anterior, no qual sua estratégia de atacar um ex-aliado fora massacrada.
Em uma passagem, Jeb tentou descontrair a audiência com um trocadilho entre a cidade de Washington em Iowa e Washington, D.C., a capital do país.
“Há três meses, eu estava em Washington, Iowa, falando sobre quão ruim Washignton, D.C. é. Você entende o tipo de…”, disse, esperando risadas da plateia à suposta ambiguidade. Como não houve reação, ele continuou: “De todo jeito…”. Aí, sim, o público riu, mas da falta de graça.
Mesmo candidatos bem avaliados no embate como os senadores Marco Rubio (Flórida) e Ted Cruz (Texas) escorregaram.
Rubio cometeu um ato falho ao dizer que o emprego mais importante que alguém pode conseguir é o de ser presidente dos EUA. Ele quis dizer ser pai, em meio a uma fala sobre a importância de famílias estruturadas para a economia do país.
Cruz, por sua vez, disse que eliminaria cinco órgãos governamentais para reduzir o tamanho do governo, mas, ao listá-los, perdeu a conta. Ele se referiu ao Departamento de Comércio duas vezes, uma pelo nome e outro pela sigla.
O médico aposentado Ben Carson, que passou o empresário Donald Trump e lidera a disputa segundo algumas pesquisas, enrolou-se ao responder sobre operações especiais enviadas pelo presidente Barack Obama à Síria.
“Bem, colocar operações especiais lá é melhor que não tê-las lá, porque elas -por isso são chamadas de operações especiais- são capazes de guiar outras coisas que estamos fazendo lá.”
Ai vem o governador John Kasich, de Ohio, “o mehor currículo” para assumir a Casa Branca, segundo a analista Elaine Kamarck, do instituto de pesquisa Brookings, ainda que lá atrás nas pesquisas. E diz que “o treinamento para ser presidente dos EUA não funciona”.
“Ele simplesmente não conseguirá convencer os eleitores”, conluir Kamarck, em um artigo.
DA REDAÇÃO DO ESTADO ONLINE
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Fonte: Folhapress
(NR)