O Ceará pode estar caminhando, segundo estimativas da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), para o quinto ano de seca consecutivo, o que pode ter consequências desastrosas para a economia e a população cearense. Para piorar, o Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), divulgou uma pesquisa que mostra o impacto do El Niño sobre a influência nas chuvas durante o verão 2015/2016. Segundo os resultados da nova pesquisa, para o verão, o El Niño será muito forte – deve ser o terceiro mais forte desde 1950, depois de 1983 e 1998.
A previsão é de um aumento na ocorrência de tempestades, em relação ao último verão, de 20% na Região Sul, 20% no Sudeste e 10% no Centro-Oeste. Nas regiões Norte e Nordeste é prevista uma diminuição das tempestades de 10% e 15%, respectivamente, em relação ao último verão. A pesquisa foi baseada em dados de tempestades no verão dessas regiões desde 1950. Os dados da Rede Brasileira de Detecção de Descargas Atmosféricas (BrasilDAT) do último trimestre (agosto, setembro e outubro), já sob o efeito do El Niño, confirmam essas tendências.
Diante dessas informações, é preciso que governos e sociedade se mobilizem no sentido de se preparar para o pior. Aos cidadãos das regiões Norte e Nordeste, convêm continuar a economizar água, de modo a que o produto não venha a faltar no futuro próximo. É preciso que cada um estude, dentro de suas casas, empresas, comércios, meios de diminuir o desperdício de recursos hídricos, e não relaxe no que diz respeito ao uso racional da água.
Já aos governos, cabe continuar executando medidas que minimizem o sofrimento daqueles que passam pelo drama da falta de água. Carros-pipas, poços profundos e adutoras de montagem rápida precisam continuar beneficiando a população até que as chuvas voltem.