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Vigorexia e saúde

Sempre ouvimos dizer que o exercício físico faz bem. Desde a década de 80 as atividades físicas tornaram-se um fenômeno nas grandes cidades do Brasil. Entre essas atividades, a prática do “cooper” é hoje a mais popular. Parques, praias, jardins e avenidas passaram a ser ocupadas por pessoas que queriam deixar o corpo e a saúde em boas condições. A prática de atividades físicas é fundamental para que o corpo se mantenha jovem por mais tempo. Hoje, mesmo com malhação, nem todo mundo consegue ter músculos definidos, já que os resultados dependem também de fatores genéticos.

A incessante busca por um corpo cada vez mais saudável e esbelto pode, muitas vezes, se traduzir em exageros nas academias. Levantar cargas pesadas, passar horas a fio na academia e olhar-se no espelho a toda a hora não é garantia de bem-estar físico e mental. Uma pessoa que age assim, provavelmente, esteja acometida por um transtorno conhecido como vigorexia. Conhecido também como complexo de Adônis, em referência ao deus grego que representa a beleza masculina. Engloba-se na classe dos transtornos obsessivo-compulsivo.

Vigorexia é mais comum do que se imagina, mas normalmente é difícil o portador do transtorno reconhecer que está com o problema. Fazer exercícios exageradamente, muito além da quantidade e intensidade ideais, usar suplementos sem orientação médica ou de nutricionista, especialmente o uso de anabolizantes, reúne todos os ingredientes para uma autoimagem distorcida, que leva a pessoa a pensar que está sempre magro, esquelético, fraco e possivelmente feio. A literatura científica afirma que a prática de exercícios físicos seja em torno de trinta a sessenta minutos diariamente.

Nas academias, os instrutores devem sempre alertar o aluno que está fazendo exercícios exagerados e por tempo maior. Se o aluno não quer seguir a orientação do instrutor, então está precisando de ajuda psicológica. Os efeitos de “over training” são perigosos e incluem: estresse no trabalho, depressão, bulimia, enxaqueca, câimbras, insônia, falta de apetite, irritabilidade, desinteresse sexual, cansaço constante, vergonha do próprio corpo, dificuldade de concentração entre outros. Como os anoréxicos nunca se acham suficientemente magros, os vigoréxicos nunca se acham suficientemente musculosos.

Segundo o psicanalista em Dependências, Abusos e Compulsões, o Dr. João Rafael Torres, a família, os amigos e outros círculos próximos aos vigoréxicos têm papel crucial em auxiliar no diagnóstico e tratamento. De acordo com este perito: “Todos esses agentes devem prestar atenção ao perceber que a preocupação com o corpo do amigo ou parente tomou proporções excessivas”. Não é muito difícil fazer isso, basta escutar o quanto esse assunto domina o discurso da pessoa em questão, quantas outras atividades foram comprometidas pela dedicação e obsessão aos exercícios. É importante então encaminhar o vigoréxico para um psicólogo que possa ajudá-lo rever os exageros e evitar uma eventual distorção da imagem corporal.

Brendan Coleman
Redentorista

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