A nota do PT é intempestiva e covarde
Renan Calheiros, presidente do Senado,
sobre a prisão do senador Delcídio Amaral
A o entregar às autoridades a gravação do senador Delcídio Amaral (PT-MS) tramando contra Operação Lava Jato, Bernardo Cerveró deu grande passo para diminuir a pena do pai, Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobras, preso em Curitiba. A gravação fez o Supremo Tribunal Federal mandar prender Delcídio, o banqueiro André Esteves e outros cúmplices é já é parte do acordo de delação premiada recém-assinado.
Cerveró cedeu
O que a gravação revela é que Cerveró negociava de fato um acordo de delação, mas os grampeados ainda não sabiam do acordo.
Sangue frio
Impressiona, na conversa com Delcídio, André Esteves e o advogado Sergio Barros, o sangue frio de Bernardo Cerveró, que gravava tudo.
Amenidades
Na parte de amenidades da conversa da máfia, Bernardo conta com certa graça, e evidente amargura, a visita da sua filha ao avô na prisão.
Crime continuado
“O governo Lula-Dilma, por si só, é um crime continuado”, afirmou Efraim Filho (DEM-PB), ironizando a prisão do líder do governo.
No escuro
O governo nem sequer tentou obter a co-
operação ou apoio de órgãos de inteligência estrangeiros como Mossad, CIA, NSA, MI6, DGSE, etc.
Restritos pela lei
Arapongas nem sequer podem monitorar suspeitos de terrorismo: a Abin não pode e a Polícia Federal só faz com inquérito em andamento.
Desinteligência
A Interpol pediu informações sobre o que fazia no Brasil um suspeito de ligação à Al Qaeda. Órgãos do governo desconheciam do fato.
Fuga no Falcon
Delcídio sugeriu a fuga de Nestor Cerveró em um jato Falcon 50. Errou o modelo. O jato do banqueiro André Esteves, presente na trama mafiosa, é um Falcon 7X, várias vezes mais caro e mais luxuoso. E com autonomia para levar Cerveró à Espanha, como queria o senador.
Senador no cardápio
A prisão de Delcídio do Amaral já estava decretada, terça (24), quando cinco ministros do Supremo Tribunal Federal foram matar a fome e relaxar um pouco no restaurante Grand Cru, em Brasília.
Malandragem
Tão logo estourou a Lava Jato, e para se livrar da ligação, Delcídio Amaral procurou jornalistas para espalhar que Renan Calheiros foi quem indicou Nestor Cerveró à diretoria da Petrobras. Era mentira. Cerveró foi braço direito de Delcídio, que o apadrinhou na estatal.
Outro amigo
Delcídio do Amaral terá de faltar ao encontro que havia marcado com Lula, nesta quinta-feira (26). São íntimos. O senador integrava a “tropa de choque” do ex-presidente Lula no Congresso.
Nuvem turva
Eduardo Cunha parecia aliviado com a prisão de Delcídio do Amaral, por sair do foco. Resta-lhe acreditar que a nuvem negra que pairava sobre sua cabeça se transferiu para o Senado e para o Planalto.
Esforço concentrado
Para fazer o que não foi feito ao longo do ano legislativo, o presidente do Senado, Renan Calheiros, disse que haverá esforço concentrado este ano, outra vez. Em 2014, a sessão demorou 17 horas.
Despacho
A presidente Dilma se reuniu com o ministro Aldo Rebelo (Defesa) para acertar detalhes da cerimônia de promoção de generais-oficiais, que acontece três vezes ao ano. A última é no dia 30.
Antecedente
Petistas se apressaram para lembrar no Congresso que o senador Delcídio do Amaral, antes de ser petista, era tucano. Ainda que tenha se transformado em mais lulista que o próprio Lula.
Pensando bem…
…como diria Stanislaw Ponte Preta, a gatunagem descoberta pela Lava Jato agora está fazendo urubu voar de costas.
o poder sem pudor
Transcorriam acalorados os debates na Constituinte de 1945. O líder comunista Luís Carlos Prestes ocupava a tribuna quando foi interrompido mais uma vez pelo deputado Barreto Pinto, que desejava estabelecer uma polêmica. Prestes não lhe deu a menor confiança. Sem retirar os olhos do discurso, ele expressou uma visão surpreendentemente elitista:
– Não dou aparte a deputado de 400 votos.
E seguiu em frente.