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Fortaleza

Aprendizes marinheiros

Nossa Escola de Aprendizes Marinheiros, sob o valoroso comando do Capitão-de-Fragata Mário Luís Machado Brandão, tem 150 anos de bons serviços prestados à mocidade, não somente do Ceará, mas também dos estados vizinhos. Apenas, na época da II Guerra Mundial, passou por pouco tempo sem funcionar porque a nossa gloriosa Marinha estava na caça constante de submarinos nazistas, que aqui e acolá punham alguns dos nossos navios mercantes a pique. Logo, os neófitos marinheiros não tinham experiência bastante para enfrentar a nefasta guerra submarina.

No entanto, mesmo antes de terminar, a respectiva escola reiniciou suas atividades. A turma a que pertencemos, foi então a segunda, e chamava-se Bala. Contudo, com o ardor da mocidade, todos nós reclamava-nos o motivo por que não iríamos enfrentar os terrificantes submarinos nazistas. Hoje, as turmas são numerosas, pois, concluíram recentemente o curso mais ou menos 500 homens.

Trata-se de um trabalho árduo, mas edificante, uma vez que essa gente vem das camadas mais pobres, assim como éramos. Porquanto, perdemos nossa mãe com três anos de idade e ainda ficamos com a doença que a vitimou, ou seja, o tifo. Graças a Deus, a reação do nosso organismo nos curou.

Pois bem, esse mister, que a respectiva escola vem fazendo há tanto tempo, é um dos mais louváveis, haja vista termos conhecido de perto. Hoje, as condições de prosperarem esses novos grumetes é muito maior, até porque, decorridos três anos de bons serviços prestados, podem os marinheiros se especializar em diversas atividades e serem logo promovidos a sargento.

A nossa sociedade só tem a ganhar, haja vista a referida escola passar a educar essa gente, evitando que, no amanhã, seja transformada em traficantes ou assassinos, até mesmo porque a Marinha, em geral, é uma grande escola da vida, pois foi nela que aprendemos a amar à pátria e a fazer justiça. E assim procederão esses grumetes se souberem bem se conduzir, posto que hoje somos alguma coisa graças às excelentes lições que nos passaram os seus mestres. Ingressar nela é o conselho que damos a essa mocidade pobre. A referida escola é uma instituição que tem como fim ensinar jovens a serem excelentes marinheiros

Morar na terra e também no mar, viajando de porto em porto é algo que empolga os jovens marinheiros a servirem à pátria, tornando-se mais hábeis na luta pela vida e conhecedor das peripécias da navegação, tanto de dia quanto de noite, haja vista que qualquer navio ao sair da respectiva base só para quando chega ao seu destino, isto é, trafega dia e noite sem parar.

Edgar Carlos de Amorim
Desembargador

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