Aproxima-se o final do ano, com o País vivenciando momentos de extrema delicadeza, sob os pontos de vista político, econômico, social e institucional, exigindo desmesurado esforço para que se alcance 2016 sem traumas e consequentes apreensões, capazes de reabilitar o Brasil para reingressar na trilha de plena recuperação, sob todos esses aspectos cruciais.
No princípio do mês eclodiu o problema envolvendo o senador Delcídio Amaral, afastado do mandato por decisão judicial, num inusitado acontecimento de enorme ressonância, registrado, seguidamente, pela mídia, com alcance para a inédita deliberação, objeto de controvérsias no seio do próprio Parlamento Nacional.
Some-se a tudo isso, igualmente no âmbito do Legislativo, ambiente de apreensão assemelhada, sem que os seus membros possam prognosticar o rumo dos desdobramentos consequentes, de imprevisibilidade mesmo para aqueles que já conviveram, no passado, com episódios de igual gravidade.
Em termos de Executivo, embora o Conselho Nacional da Ordem dos Advogados não haja endossado a ideia do impeachment, por maioria de seus dirigentes, o assunto foi alvo de estudo aprofundado, sob acompanhamento de juristas eminentes, a principiar pelo presidente Marcus Vinicius, dirigente maior daquela secular entidade, que congrega nossos causídicos.
As entidades empresariais, por seu turno, angustiam-se com as previsões pessimistas para o balanço anual e, por via de consequência, com os vaticínios, igualmente, céticos no que tange ao exercício vindouro, com um produto interno bruto fadado a sinalizar percentualização negativa, em que pese o esforço inaudito do Ministro da Fazenda, Joaquim Levy, pregoeiro de um ajuste fiscal, inadmitido, na plenitude de sua configuração numérica, como capaz de ensejar a retomada de nossa expansão, em áreas fundamentais que nos nivelem aos parceiros do chamado Brics.
A hecatombe de Mariana, Minas Gerais, com reflexos alarmantes no Espírito Santo, foi doloroso episódio de incalculáveis prejuízos, sem que a empresa construtora da barragem, ali existente, fosse capaz de arcar, com presteza, de recursos suficientes para cobrir vultosos prejuízos para a região, alcançada pela hecatombe, de dimensões inenarráveis.Para nós, a implacabilidade da seca atormenta a todos os habitantes do polígono, sem que se vislumbre, para o ano entrante, a recuperação de enormes danos, dependentes, agora, apenas da bonança divina, que não pode mais ser avara para com os nossos sertanejos, orando para que o padroeiro São José não falhe na sua prodigalidade.
Mauro Benevides
Jornalista e Presidiu O Cn