O acesso à rede mundial de computadores é, hoje, uma das mais importantes ferramentas de ensino. Um levantamento realizado pelo Instituto de Tecnologia e Sociedade (ITS) revelou que, no Brasil, 32.434 escolas públicas ainda não contam com qualquer tipo de conexão à internet.
O número corresponde a 22% do total de escolas públicas. Desse número de escolas sem acesso à internet, a maioria está no campo, onde apenas 13% estão conectadas à rede. O fato é que essa discrepância acaba gerando desigualdade no ensino, violando o princípio da universalidade e aprofundando as disparidades hoje existentes.
Entre as escolas urbanas, o desempenho na questão do acesso à rede é maior, e cerca de 80% estão conectadas. No entanto, ainda há mais de nove mil escolas em cidades que não têm acesso à rede ou a conexão à internet é mais lenta do que deveria ser, o que significa que 4,5 milhões de alunos no País estão em desvantagem.
É preciso enfatizar que, ao expandir o acesso à internet e permitir que professores e alunos acionem diferentes fontes e aprofundem seus repertórios, democratiza-se o acesso à informação e a materiais pedagógicos de qualidade, em especial para escolas com menos recursos.
É inconcebível que, em pleno século 21, ainda tenhamos tantas escolas desconectadas com o futuro, futuro este que passa, invariavelmente, pela internet. O mercado de trabalho exigirá cada vez mais especialização e conhecimento por parte dos trabalhadores, daí a importância de, desde cedo, preparar e qualificar a futura mão de obra para ocupar essa demanda criada pelo mundo globalizado. Sem acesso à internet, condena-se uma geração inteira de jovens a um ciclo de exclusão e de subempregos, perpetuando a miséria. Essa discussão precisa abranger toda a sociedade, e não apenas governos e empresas, e precisa ser iniciada o quanto antes, em nome do futuro.
Editorial