Não cabe ao Poder Judiciário
tolher opção da Câmara
Luís Edson Fachin (STF) em seu voto vencido
sobre o rito do impeachment de Dilma
A presidente Dilma atuou diretamente no esforço para devolver a liderança do PMDB ao deputado Leonardo Picciani (RJ), hoje o principal aliado do Planalto na Câmara, porque sabe que a adesão dele ao governo desestabiliza Eduardo Cunha, seu maior adversário. Nesse sentido, a presidente considera demitir ministros do PMDB que não se posicionem claramente distantes de Cunha e do vice Michel Temer.
Corda no pescoço
Estão ameaçados Celso Pansera (Ciência e Tecnologia), Helder Barbalho (Portos), Henrique Alves (Turismo) e Marcelo Castro (Saúde).
Jogando duro
Um conselheiro de Dilma nessa nova atitude é o presidente do Senado, Renan Calheiros. Ela ameaça também cortar emendas parlamentares.
Queridinha da Madame
Dilma só não quer demitir a ex-adversária e nova amiga Kátia Abreu (Agricultura), que se desentendeu dias atrás com o tucano José Serra.
Participação ativa
“A própria presidente telefonou para os deputados”, conta Osmar Terra (RS) sobre a atuação
de Dilma por Picciani. Ele avisou: haverá troco.
Maior aliado
Entre os ministros de Estado, José Eduardo Cardozo é apontado como o maior aliado de Dilma: é dele a função de monitorar a Lava Jato.
Inimigo comum
Estimulados pelo ex-presidente Lula, petistas também querem Cardozo fora. Lembram das prisões de quadros do partido, como José Dirceu.
Escolhidos
Senadores dão razão a Eduardo Cunha (PMDB-RJ) ao questionar falta de ação contra petistas. Citam a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR).
Nas mãos de Renan
A cúpula do PT não sabe se comemora a decisão do Supremo que condicionou o impeachment ao Senado: o papel do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, foi muito enfraquecido mas, em contrapartida, fortalece (e demais), o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL).
Delírio petista
Dilma compartilhou com Lula e ministros sua irritação com a posição dos ministros Edson Fachin e Dias Toffoli sobre o rito do impeachment. Devem achar que magistrado tem de pagar a nomeação com a toga.
Papyrofobia
O ex-ministro do Turismo Vinícius Lages, atual chefe de gabinete do senador Renan Calheiros, baixou a ordem: qualquer papel só pode ser colocado sobre a mesa do chefe depois de passar pelo seu crivo.
Nada de manobras
O deputado Marcos Rogério (PDT-RO), relator do processo no Conselho de Ética contra Eduardo Cunha, nega que tenha agido para beneficiá-lo. “Enfrentaremos as manobras regimentais”, avisa.
Cavalo paraguaio
O deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) define Leonardo Picciani (PMDB-RJ), que retornou ao comando da bancada do PMDB, de “liderança paraguaia”. “Daqui a pouco, ele cai outra vez”, garante.
Queda de braço
A turma do PMDB sob liderança de Eduardo Cunha aguarda o retorno de três deputados que saíram do governo Pezão para desequilibrar o jogo. E uma nova lista destituirá Leonardo Picciani (RJ).
Aliado infiel
No Planalto houve estranhamento dos dois votos do PP contra o seguimento do processo que pede a cassação de Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Em tese, o partido (ainda) é da base governista.
#PartiuPDT
Secretário de Fernando Haddad (PT-SP), Gabriel Chalita deve mesmo deixar o PMDB, que fez uma opção clara pela filiação da senadora Marta Suplicy (SP). A expectativa é que Chalita se filie ao PDT.
Pensando bem…
…após o novo rebaixamento, perdendo o selo de bom pagador, o Brasil terá de lutar muito até para se manter na segundona, em 2016.
o poder sem pudor
Os políticos estão sempre cercados de bajuladores, e gostam. Mas houve exceções como Antônio Carlos Andrada, presidente de Minas Gerais. Ele retornava de uma viagem à Europa quando um assessor bajulador tomou uma lancha no cais e foi recebê-lo ainda a bordo do navio, antes mesmo de o ilustre político reencontrasse a própria família. O presidente se vingou:
– Você está cada vez mais careca!
O puxa-saco respondeu, nojento:
– Sim, mas cada vez mais amigo de Vossa Excelência!