Até o começo da noite dessa terça-feira (13), dos 45 corpos de vítimas da queda do avião da Voepass identificados, 27 foram liberados aos familiares, que são os primeiros a serem comunicados sobre o andamento do trabalho de reconhecimento. Outros cinco corpos estavam em processo de documentação para a liberação às famílias, de acordo com boletim emitido pelo Governo de São Paulo.
A aeronave com 62 pessoas a bordo caiu em uma área residencial de Vinhedo (SP) na sexta-feira (9). Ninguém sobreviveu. A unidade central do Instituto Médico Legal (IML) de São Paulo trabalha exclusivamente na identificação dos corpos.

Representantes do Instituto de Criminalística e do IML se reuniram ontem com os familiares das vítimas, no hotel em que estão hospedados, para explicar como está sendo realizado esse processo de identificação e esclarecer as dúvidas. Mais de 40 médicos, equipes de odontologia legal, antropologia e radiologia trabalham na identificação, com apoio de equipes do Instituto de Identificação Ricardo Gumbleton Daunt.
“Cada caso possui sua complexidade e cada vítima necessita de exames específicos para viabilizar a total identificação, não sendo possível estimar prazos para que isso ocorra”, informou o Governo paulista.

Restos mortais
Os trabalhos de remoção dos pertences das vítimas do acidente aéreo foram interrompidos no fim da tarde de segunda-feira (12) e não foram retomados até o começo da tarde dessa terça-feira. A interrupção ocorreu porque material genético humano foi encontrado no local da tragédia, o que exigiu o retorno da Polícia Científica. Esse material foi encaminhado durante à noite ao IML.
A informação foi confirmada à reportagem pelo chefe da Defesa Civil de Vinhedo, Maurício Barone. Na manhã de ontem, veículos da perícia retornaram ao local para realizar fotometria e escaneamento da área.
De acordo com Barone, a Defesa Civil ainda aguarda a conclusão do trabalho da perícia para avaliar possíveis danos à estrutura de três imóveis, potencialmente atingidos pelo impacto da aeronave ao solo. Uma das casas, situada exatamente no local da tragédia, está interditada.
Além dos pertences das vítimas, que incluem bagagens, carteiras e celulares, ainda estão no local os destroços do avião. Uma empresa contratada pela Voepass fará a remoção dos objetos assim que a área for liberada pela perícia.

Inquérito
A Polícia Civil de São Paulo instaurou inquérito policial para investigar o acidente aéreo, em paralelo às investigações do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa). Diligências estão em andamento para esclarecer o caso.

Velório
Pelo menos 18 famílias que vivem na cidade de Cascavel (PR) e arredores recusaram a proposta da Prefeitura local de realizar velório coletivo no centro de eventos municipal. No total, 27 passageiros moravam na região. A gestão do prefeito Leonaldo Paranhos (Podemos) começou os preparativos do local na segunda-feira, quando foram instalados tecidos pretos para organizar espaços reservados aos parentes, e transportados vasos de plantas e móveis para apoiar os caixões.
A Secretaria de Assistência Social está em contato com os familiares e afirmou que 11 deles decidiram velar as vítimas em locais privados. No total, quatro serão realizados em cidades próximas: dois em Guaíra e dois em Toledo.
Outros corpos serão transportados para as cidades de Três Barras (PR) e Fernandópolis (SP). O piloto Danilo Romano foi enterrado na segunda na zona leste de São Paulo, onde morava. Ainda falta a definição de três vítimas cujas famílias não foram contatadas pela gestão municipal. As informaçãos estão atualizadas até o fechamento da edição.