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Procurador de Justiça do MP do RJ, Sávio Bittencourt diz que aspectos como preconceito na adoção precisam ser superados

Procurador de Justiça do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP do RJ), Sávio Bittencourt participou nesta quarta-feira (14) do III Seminário de Entrega Legal de Crianças à Adoção. O tema do evento, que recebeu cerca de 1.300 participantes, foi “Garantia e Fortalecimento dos Direitos da Criança na Primeira Infância” e reuniu membros do Ministério Público, além de integrantes do Sistema de Justiça e da rede socioassistencial de Fortaleza e de diversos municípios cearenses. A iniciativa do MP do Ceará foi promovida pelo Centro de Apoio Operacional da Infância e Juventude (Caopij) e pelo Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional (Ceaf), com apoio da Escola Superior do Ministério Público (ESMP). Antes de sua palestra no evento, o jurista conversou com O Estado sobre o cenário da adoção legal no Brasil e teceu aspectos que precisam ser superados, em sua visão, como o preconceito. Leia a íntegra. (Mariana Freitas, estagiária sob supervisão de editores)

O ESTADO I Como está a fila de espera de adoção neste momento?
Sávio Bittencourt I A fila de espera para adoção é muito grande, a criança passa anos importantes no abrigo. As pessoas se apaixonam por gente de verdade. Então é necessário que haja um tipo de encontro em que as crianças sejam preservadas, mas que ela possa ser vista. Hoje ela é invisível.

O. E. I Qual é o maior desafio atualmente para a adoção? A burocracia, a idade da criança?
S. B. I Acho que há um preconceito muito grande contra a adoção. Se você conseguir destituir o poder familiar dessas crianças, você consegue colocá-las em adoção com certa facilidade se você fizer isso rápido. Você tem 33 mil pessoas querendo adotar no Brasil já habilitadas. E ainda na fila de espera.

O. E. I O que o senhor acha que precisa ser feito para quebrar preconceitos que existem em relação à adoção?
S.B. I Eu acho que as pessoas precisam cumprir a regra da Constituição Federal que diz que a criança é o principal sujeito de direitos, que ela é a prioridade absoluta. E ela só vai ser prioridade absoluta quando as pessoas trabalharem com foco nela e não com foco em adultos. Nós precisamos militar a favor da criança, parar de errar a favor dos adultos e correr o risco de errar a favor da criança para que ela tenha uma família amorosa. Porque muitas vezes são tentadas reintegrações familiares absolutamente desastradas.

O. E. I O que é que a família que quer adotar precisa se atentar para conseguir finalizar o processo de adoção?
S. B. I A família vai se habilitar. Essa habilitação é um procedimento administrativo que ocorre no judiciário. E ela explica qual é o perfil da criança desejada. E, a partir daí, era para o sistema trabalhar sozinho, para o sistema identificar.

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