27.8 C
Fortaleza

Crianças abrigadas compartilham os mesmos sonhos e carências

Ainda hoje a grande maioria dos brasileiros silencia e outros desconhecem a situação de abandono familiar pelo qual passam as crianças encaminhadas á abrigos em todo o Brasil. O dia-a-dia vivenciado por essas crianças e adolescentes, os quais muitos entre eles crescem dentro dessas instituições, não é muito diferente em cada região deste país. Crianças em abrigos compartilham os mesmos sonhos e carências: ter alguém que zele pessoalmente por suas vidas, demonstre amor de pai e mãe, e finalmente as leve para casa. Muitas chegam ainda bebês e viram adolescentes sem que sua situação seja resolvida. Nem voltam para a família original nem são liberadas para adoção. Quando isso finalmente acontece, termina sendo tarde demais.

O Art. 19º do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) prescreve que “Toda criança ou adolescente tem direito a ser criado e educado no seio da sua família e, excepcionalmente, em família substituta, assegurada a convivência familiar e comunitária, em ambiente livre de presença de pessoas dependentes de substâncias entorpecentes.”

A aprovação da nova Lei Nacional de Adoção prevê o pagamento de multas de até R$ 3 mil para os tribunais que não garantirem a atualização do cadastro. Os abrigos agora terão que enviar relatórios semestrais ao Judiciário sobre a situação das crianças e o prazo máximo para reintegração à família ou destituição do pátrio poder é de dois anos. O tempo limite só poderá ser extrapolado se houver uma justificativa assinada pelo juiz comprovando que a permanência no abrigo será mais conveniente para a criança.
Enquanto a legislação vigente estabelece o abrigo como lugar excepcional e temporário, a realidade é que a maioria das crianças e adolescentes vive e cresce em abrigos, sem data definida para sair.

“Sem referência, sem pessoas para orientar e apoiar, acolher e respeitar, freqüentemente caem em situação de miséria material,
afetiva, emocional e humana, pontua a psicóloga Lúcia Pimentel.
Os números do Cadastro Nacional de Adoção revelam 24.428 famílias no Brasil cadastradas, prontas para receber uma criança. Entre 80.000 crianças abrigadas, segundo o Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA), somente 3.495 crianças estão aptas para adoção. Quando pais e filhos do coração terão a oportunidade de se encontrarem?!

Mais Lidas

Entenda 2º projeto aprovado da reforma tributária

A proposta aprovada pelos deputados trata das regras do Comitê Gestor do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) de estados e municípios, que será...

Férias

As colônias de férias espalhadas pela cidade tem sido muito procuradas pelas crianças neste mês de julho. São espaços onde o contacto com a...

Delfim Netto e o ‘Milagre Econômico’

Antônio Delfim Netto, economista catedrático e político brasileiro faleceu nesta segunda-feira (12) aos 96 anos. Foi ex-ministro da Fazenda, da Agricultura e do Planejamento,...
spot_img