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Fortaleza

“DIREITO À CONVIVÊNCIA FAMILIAR… – …é respeito pela criança”

Apresentar às crianças a Terra e tudo que nela existe, o mundo e os que nele vivem é uma tarefa concedida aos adultos. O período entre o nascimento e os seis anos de idade chamamos de primeira infância. Os seis anos seguintes caracterizam o início da pré-adolescência. Andrade e a esposa Silvana vivenciaram infâncias semelhantes. Os pais de Silvana e Andrade sempre estiveram envolvidos em atividades cristãs e socioeducativas nas comunidades. Eles introduziram os filhos no convívio generoso e acolhedor em família e na socialização com outras crianças das localidades onde moraram. Silvana e Andrade foram amorosamente ensinados a compartilhar a atenção dos pais com os irmãos e com as crianças de outras famílias. Acolher o outro foi uma vivência tão importante na vida deles durante a infância que cooperou com o encontro dos dois e o desejo de constituírem família. “Descobrimos que nossos valores familiares eram extraordinariamente os mesmos! O sonho e a decisão pela Adoção dos nossos dois filhos nasceram simultaneamente nos nossos corações”, compartilha Andrade.

Andrade lembra que um dia, quando ainda era menino, a sua mãe, uma mulher corajosa e mãe de coração de milhares, adotou dois meninos órfãos com cinco e seis anos de idade, respectivamente.  Eles cresceram num ambiente familiar  fraterno e de muita união, distinguido pelos familiares e pela circunvizinhança na época. “Os tempos mudam, mas aprendemos com os nossos pais que os valores concebidos dentro de casa são imutáveis”, declarou.

BUSCAS POR INFORMAÇÕES

NA INTERNET

Silvana e Andrade casaram jovens e decidiram se estabilizar financeiramente antes da chegada dos filhos. A Adoção foi o caminho escolhido para compartilharem a paternidade. Silvana conta que não existiam problemas de saúde ou qualquer outra motivação que os levassem à adoção,  além da simples certeza de que os seus filhos que desejavam não seriam biológicos, mas do coração.

Após 17 anos de casados, Silvana e Andrade iniciaram as buscas por informações na Internet sobre como adotar. Visitaram vários sites até chegar às publicações que orientavam ao Cadastro Nacional de Adoção. Eles descobriram que deveriam buscar o Juizado da Infância e Adolescência no Estado e que deveriam possuir moradia fixa a fim de realizar a inscrição no Cadastro e conhecer as etapas seguintes. Nesse período de procura por informações, Andrade percebeu a necessidade de maior comunicação entre pais e mães de coração e engajamento para ajudar uns aos outros. “Precisamos externar mais amizade às famílias que adotaram seus filhos, defender a causa, compartilhar as dificuldades que superamos e as bênçãos que conquistamos durante o processo de Adoção para cooperarmos com o aperfeiçoamento dos trabalhos da Justiça e na quebra de paradigmas na sociedade”, pontua Andrade.

Surpreendentemente, Silvana e Andrade receberam a primeira ligação do grupo de assistentes sociais da Justiça após 20 dias de habilitação do casal no Cadastro Nacional de Adoção.  Eles não imaginavam, mas, estavam prestes a resgatar o amor, a proteção e as descobertas próprias da primeira infância nas vidas de João Artur e Gabriel Levi de seis e cinco anos, respectivamente. O resgate da infância dos seus filhos do coração não podia esperar mais!

A INFÂNCIA EM FAMÍLIA

João Artur e Gabriel Levi chegaram bebês às Casas Abrigo em Fortaleza. As Casas Abrigo é uma casa de acolhimento para crianças até nove anos de idade com maior número de vagas existentes para crianças abandonadas ou vítimas de violência no Estado do Ceará. Anualmente, o abrigo permanece com capacidade lotada.

A convivência exclusivamente coletiva de João Artur e Gabriel Levi durante os primeiros seis anos de vida com muitas crianças compartilhando as refeições, brincadeiras e dormitórios  pareciam distanciar os meninos do direito à convivência familiar. O artigo 4º. do Estatuto da Criança e do Adolescente determina que é dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, á alimentação, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar.

Quanto maior convivência familiar saudável a criança tiver, mais ela se desenvolverá psicologicamente sadia.

João Artur e Gabriel Levi estavam no período limite para o início da pré-adolescência. Os seus pais, Silvana e Andrade chegaram na hora exata! “Eu fico muito emocionada quando lembro que cheguei a tempo de começar a oferecer todo meu amor de mãe e direcionamento nessa fase da infância que é decisiva na vida de um ser humano – aos cinco e seis anos de idade. Ao vivenciarmos as lições de vida, amor e proteção juntos, agora estamos preparando nossos filhos para a vida toda!”, declara Silvana.

Durante a entrevista técnica, o pretendente descreverá o perfil da criança desejada. É possível escolher o sexo, a faixa etária, o estado de saúde, os irmãos etc. Em Fortaleza, ocorre um desinteresse por grupos de irmãos, compartilha Andrade. “Ao participarmos dos encontros na Seção de Adoção no Fórum, relataram-nos que havia oito grupos de irmãos para adoção e não existia interesse pela maioria dos postulantes. Na hora, eu e Silvana descobrimos que poderíamos adotar os nossos dois filhos de uma vez, sem a necessidade de participar posteriormente, de outro processo de adoção.”

A FAMÍLIA É FONTE

SADIA DE REALIZAÇÃO

Andrade é bispo regional da Igreja Mundial do Poder de Deus em Juazeiro do Norte no Ceará e Silvana é assessora ministerial. Extraordinariamente, em três meses, ocorreram a inscrição e habilitação do casal no Cadastro Nacional de Adoção, a ligação da Seção de Adotantes para eles conhecerem as crianças e a liberação da  guarda provisória. Tudo ocorreu regularmente por meio da Justiça do Estado do Ceará sem a necessidade de nenhuma intervenção de advogado particular. Silvana testemunha que não foi sorte, mas que todas as circunstâncias cooperaram para a adoção dos seus filhos. “Nós estávamos preparados, no momento exato em que eles estavam nos esperando para ir para casa.”, declara Silvana.

O casal faz um agradecimento especial a Deus, à doutora Alda Maria Holanda Leite, juíza coordenadora das Varas da Infância da Juventude de Fortaleza, por seu papel jurídico exemplar e aos profissionais pedagogos e psicólogos envolvidos com a causa da Adoção.  “A convivência familiar harmônica traduz o respeito pelo ser da criança”, conclui o casal.

Por Caroline Milanêz

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