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Fortaleza

Ministério de vida

Bila é o nome carinhoso conferido à Jordilene Rabelo pelos amigos e familiares. Ela é dona de casa, mãe de três filhas e esposa do servidor público, Júnior Rabelo. Em 1993, o casamento trouxe nova vida para Bila e Júnior mais o desejo de se tornarem pais. Durante os primeiros 11 anos de matrimônio, eles tentaram engravidar naturalmente e não conseguiram. Bila realizou tratamento hormonal e obteve uma grande chance de gerar quadrigêmeos.

No entanto, a gravidez não se confirmou. No período seguinte à frustrante expectativa de gestação, o casal enfrentou dificuldades financeiras, de modo que, passaram a morar no andar superior da casa dos sogros de Bila. O casal não possuía recursos para iniciar novos e modernos tratamentos de fertilização para casal.

O LIVRO DE ESTER
Bila passou a orar, incessantemente, a Deus sobre a vontade de ser mãe. “Simplesmente, eu quero ser mãe. Eu tinha que saber se meu esposo aceitaria a adoção das nossas filhas. Eu comecei a orar. Orei e pedi ao Senhor para que Falasse com ele. O meu esposo estava lendo o livro de Ester na Bíblia quando Deus falou com ele.”, compartilha Bila. Júnior disse à Bila que a primogênita deles se chamaria Radassa, nome da rainha Ester na Bíblia, e acrescentou que, felizmente, Deus havia fechado a madre da esposa para que eles vivessem o milagre da adoção. O casal era motivado pela convivência fraterna de Bila com seis irmãos e desejava ter quatro meninas.

Radassa chegou bebê ao seus pais em 2004. Após sete anos da chegada da primogênita, Bila e Júnior procuraram o Fórum Clóvis Beviláqua em Fortaleza para iniciar o processo de habilitação deles no Cadastro Nacional de Adoção (CNA) a fim de dar continuidade à adoção das suas filhas. Nesse período, Bila ingressou no curso de Serviço Social e Radassa ainda criança acompanhava a mãe nos trabalhos da faculdade. Aos sete anos, Radassa pediu uma irmã aos pais e falou que o nome dela seria Sara.

TRÊS NOITES SEM DORMIR
A esterilidade de Bila desapareceu quando ela observou o modo peculiar e repetitivo da chegada das suas filhas: “É sempre assim! Primeiro, Deus ministra ao meu coração durante as minhas “gestações” por adoção. Eu passo três noites sem dormir e Deus começa a dizer que vai vir uma filha. Logo, eu compartilho como meu marido e amigos que estou “grávida” e minha filha chega.”, compartilha Bila. A adoção da segunda filha do casal ocorreu através do Cadastro Nacional de Adoção (CNA) e como havia sugerido a primogênita, a menina já possuía o nome Sara para regozijo de todos! Sara chegou ao Abrigo Casa de Jeremias ainda bebê com sete meses de vida. Bila compartilha que Sara aparentemente possuía Síndrome de Down. O olhar materno contínuo de Bila sobre ela jamais seria motivado pelas características físicas da criança. “Deus nos deu o nome da nossa segunda filha através da Radassa e caso a Sara tivesse Síndrome de Down não teria problema. Ela é nossa filha.”, considerou Bila. Sara foi destituída do poder familiar aproximadamente seis meses mais tarde após chegar ao abrigo. A adoção da Sara por Bila e Júnior ocorreu em 2011. A menina tinha um ano e um mês de idade quando o casal recebeu a guarda provisória.

A TERCEIRA FILHA
Bila e Júnior estavam em casa à noite quando a esposa começou a sentir novos sintomas de gestação por adoção. Logo, as três noites sem dormir se repetiram para Bila. “Temos a certeza que Deus nos chamou para o propósito dos filhos por adoção. Deus vai mandar mais uma filha, a terceira. Deus está gerando em mim. Quando Deus conclui, sinto que estou “grávida” e dessa vez pode ser uma criança maior.”, disse Bila ao esposo Júnior.

Após a adoção da menina Sara em 2011, o casal não recorda se foi consultado para permanecer ou sair do Cadastro Nacional de Adoção (CNA) pelo departamento de Adoção do Fórum Clóvis Beviláqua. A consulta é realizado aos adotantes após a conclusão de um processo de adoção pelo casal. Eles permaneceram cadastrados. A ligação do Lar Batista em Fortaleza para conhecerem a criança Catarina ocorreu em 2015. Bila há poucos dais havia sentindo os sintomas da terceira gestação por adoção como ela vivenciara nas adoções da Radassa e Sara.
Catarina pesava sete quilos com um ano e três meses de idade à chegada de Bila e Júnior ao abrigo para conhecê-la. A menina apresentava sinais de desnutrição.

Bila compartilha que a adoção da Ana Catarina (o casal acrescentou o nome Ana) fortaleceu o entendimento dela sobre o valor da devoção materna aos filhos ao invés da caridade. “Cuidar de filho nunca será ato de caridade. Esse cuidado é amoroso, cansativo, mas prazeroso.”, testemunha Bila.

Bila realizava frequentemente as visitas à Catarina com as filhas Radassa e Sara. As meninas estavam entusiasmadas com a adoção da irmã mais nova. Ana Catarina se adaptou rapidamente ao convívio com as irmãs. Durante o período de convivência com a família, Ana Catarina ganhou peso e ânimo para se alimentar e brincar.

MINISTÉRIO DE VIDA
Júnior Rabelo, esposo de Bila, obteve aprovação em três concursos públicos no período da adoção das filhas Radassa e Sara. Ele assumiu cargo público no Estado do Ceará e a família tem fixado moradia na capital cearense. Bila compartilha que a paternidade e o cuidado do esposo com a família contagiam os seus dias como mulher, mãe e esposa. “Deus pode fazer tudo! A minha Fé, o meu esposo e as minhas filhas constituem a adoção como meu ministério de vida.”, conclui Bila.

CAROLINE MILANÊZ
JORNALISTA

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