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Fortaleza

Mudança de planos

O casal Luciano e Daniela, pais de Wellington, possuem modo de viver que ao primeiro contato com eles já impressiona pela marcante harmonia e por fazerem do tempo e do planejamento os fortes aliados deles em família. Estes fluem naturalmente na vida dos dois! Em 2001, os dois se conheceram, mas somente após oito anos se reencontraram através do Orkut, voltaram a conversar e começaram a namorar. Mais três anos entre namoro e noivado, eles se organizaram material e afetivamente para o casamento, o qual ocorreu em 21 de julho de 2012. Os filhos já poderiam ter vindo no primeiro momento, mesmo os dois entendendo que é comum aos casais desfrutarem da companhia especial um do outro durante os primeiros meses de convivência no lar. “Daniela e eu não fizemos uso de nenhum método contraceptivo desde o início do casamento, porque no momento em que acontecesse a gravidez dela, estaria tudo bem para nós! Mas, chegamos ao segundo ano de casados em 2014 e a gestação não acontecia.”, lembra Luciano.

Orientação médica
Daniela e Luciano procuraram especialistas para a saúde de ambos e descobriram uma dificuldade de fertilidade em Luciano. Daniela estava saudável. Luciano compartilha que se submeteu a uma cirurgia na tentativa de reverter o quadro de infertilidade, mas não obteve resultado satisfatório e nenhum benefício. Ele se arrependeu de ter se submetido à cirurgia. Depois, o casal procurou três especialistas em reprodução humana e por todos eles, foram orientados a agir rápido, imediatamente, para se submeterem às técnicas assistidas de reprodução humana em razão da idade. Desta vez, as pressões psicológicas interiores e exteriores não subverteram a harmonia cultivada na administração do tempo e o planejamento em família do casal. Daniela lembra que seriam quatorze mil reais para iniciar o tratamento. Eles estavam interessados no tratamento de fertilização “in vitro”, desde que não tivessem que se desfazer, imediatamente, dos recém-conquistados bens da família ou endividar-se. Abriram uma poupança com o propósito de guardar recursos para alcançar o valor completo para o tratamento, e depois iniciá-lo. Mas, algo sonhado e conversado há algum tempo entre o casal estava florescendo na quietude das almas de Luciano e Daniela.

Algo nos moveu
As economias estavam crescendo e o casal já projetava a fertilização para junho de 2015, período no qual também ocorreriam as férias do trabalho de ambos. Luciano e Daniela concordaram que a tentativa para gestação do casal por meio da técnica de reprodução humana assistida seria única. Paralela à organização do casal, o desejo de adotar uma criança, inexplicavelmente, já existia no coração do Luciano, antes mesmo dele descobrir a dificuldade que possuía para fertilidade natural. Daniela compartilha que nunca imaginou que isso pudesse acontecer na vida dela: adotar uma criança; isto porque não ouvira bons relatos sobre o período que seria judicialmente demorado para efetivar a adoção de uma criança e os desafios de adaptação no relacionamento familiar.
De repente, Daniela sentiu uma especial vontade de repensar essa vertente da adoção. Ela e Luciano abriram o coração para essa possibilidade! Paralelamente ao plano anterior de fertilização assistida eles iniciaram o plano de adoção em suas vidas. “Nós fomos de coração aberto ao Fórum. As nossas mentes já estavam preparadas porque havíamos lido bastante sobre o assunto. O coração era o algo mais, especial e tão importante que estava nos movendo naquele dia”, considerou Daniela.
Anteriormente, o casal não sabia onde ou como procurar a Justiça para obter as informações sobre a adoção de crianças. Foi somente por meio de uma amiga, que foram orientados sobre a necessidade de irem ao Fórum Clovis Beviláqua em Fortaleza para preencherem um questionário e se tornarem participantes do Cadastro Nacional de Adoção. Luciano e Daniela iniciaram e concluíram rapidamente as etapas para habilitação à adoção, ocorridas em apenas dois meses. Tornaram-se aptos pela Justiça em setembro de 2014.

A surpresa
O casal iniciou o ano de 2015 na expectativa da gestação da Daniela por meio da técnica de reprodução humana assistida, programada para junho do novo ano. A programação já estava no orçamento financeiro da família. No entanto, uma surpresa fora do planejamento ocorreu no primeiro mês do ano: a ligação da assistente social do setor de cadastro do Fórum. “Daniela, há uma criança vinculada ao cadastro de vocês. Eu gostaria de saber se vocês possuem disponibilidade para vê-lo.”, disse a assistente social.

Daniela recebeu a ligação pela manhã no trabalho e ligou em seguida para o Luciano. O casal declara que as horas seguintes foram de angústia porque eles não esperavam que essa ligação ocorresse com apenas quatro meses de habilitação no Cadastro Nacional de Adoção. Eles imaginavam que a gestação da Daniela aconteceria primeiro e depois a adoção do filho do coração. “Nós não estávamos preparados, de fato, para a chegada repentina de um filho”, declarou Luciano. Contudo, o casal tinha a certeza que não desistiria da oportunidade de conhecer aquela criança.

O primeiro encontro
Daniela e Luciano chegaram ao abrigo para um primeiro contato com Wellington, um garotinho com pouco mais de cinco anos de idade. Eles o identificaram imediatamente, antes mesmo das assistentes sociais o indicarem. Entre as crianças presentes no espaço para brincadeiras, eles reconheceram o Wellington por uma intuição da alma! Durante os três primeiros meses de visita ao abrigo para convivência entre eles, Luciano conta que o menino se mantinha em silêncio quase o tempo todo e somente se comunicava por meio de objetos ou movimentos.

Mudança de planos
As semanas, os dias e as horas se estenderam por quase cinco meses, até o recebimento da guarda provisória de Wellington e a partida do abrigo com os seus pais Luciano e Daniela. Foram necessárias algumas atitudes diferenciais na organização do casal para o novo momento em família, surpreendentemente ocorrido, devido a celeridade do processo, já para o fim do primeiro semestre daquele novo ano! Daniela conta que Wellington continuou estudando na mesma escola e que as professoras foram imprescindíveis na adaptação dele, nesse novo momento, com a presença dos pais na entrada e na saída das aulas. No início da convivência com Luciano e Daniela, Wellington queria ficar todo o tempo com os pais e chorava muito ao chegar à escola.
O casal desistiu definitivamente da técnica de fertilização. Eles declaram que somente um milagre os fará ter um filho biológico! Luciano e Daniela sonham em adotar uma menina daqui alguns anos. “Eu olho para o Wellington e não lembro que ele não foi gerado biologicamente por nós. É incrível e maravilhoso! Olhamos para ele e o vemos, simplesmente, como nosso filho”, declaram Daniela e Luciano.

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