Persistência do povo japonês é conhecida. Que tal ter uma ideia disruptiva, no já longínquo ano de 1997, começar as vendas apenas no Japão e, inicialmente, enfrentar perdas de até US$ 10.000 (R$ 35.000) por unidade comercializada? Pois assim começou a história do híbrido Prius. Apenas 300 unidades no ano de lançamento, quase 18.000 em 1998 e 15.000 em 1999, segundo o site Wikipedia.
O mercado americano parece ter entendido melhor a proposta de combinar um motor a combustão a gasolina e outro elétrico e deu o impulso. Sua aceitação mundial foi crescente e a produção de híbridos de todas as marcas acumula 9,7 milhões de unidades, das quais 5,7 milhões do Prius original somado às quatro derivações de carroceria que nada têm a ver entre si (unidas pelo nome para fins de marketing).
No Brasil o híbrido da Toyota chegou em 2013 e enfrentou taxação elevada. A marca absorveu impostos, desvalorização cambial e conseguiu vender o total de 783 unidades até abril último. Agora, na quarta geração, faz um relançamento do carro, ainda subsidiando seu preço, em versão única, por R$ 119.950. Há incentivos administrativos (isenção do rodízio na cidade de São Paulo), além de descontos no IPI e no IPVA (São Paulo e Rio de Janeiro).
Sua base modular TNGA (arquitetura Toyota de nova geração, em tradução livre) também dará origem ao próximo Corolla, que estreia nos EUA em março de 2017 e um ano depois no Brasil. O novo híbrido tem linhas futurísticas e até ousadas demais na parte traseira. A carroceria ganhou em aerodinâmica (Cx 0,24 inferior apenas ao novo Audi A4, Cx 0,23), ficou 2 cm mais baixa e há sensível melhoria de visibilidade à frente graças à base do para-brisa 7 cm mais próxima do solo.
Espaço interno se assemelha ao do Corolla (igual entre-eixos de 2,70 m), mas o porta-malas é raso e comporta 407 litros, ou 15% menos. Sob o banco traseiro fica a bateria de níquel-hidreto metálico (versão de íons de lítio não será importada). Além de dispensar motor de arranque, caixa de câmbio tradicional e ser bastante econômico (18,9 km/l, cidade; 17 km/l, estrada), o Prius gerencia de forma inteligente a potência combinada de 123 cv dos dois motores. A fábrica afirma que a bateria alcança a mesma vida útil do carro em condições normais de uso.
Como sempre arranca em modo elétrico e o motor a combustão é bem silencioso, cria nova experiência ao volante. Claro, se o motorista acelera fundo, resta ao motor elétrico apenas tirar o automóvel da inércia, porém nesta condição apresenta eficiência bem maior. Ao pisar no freio regenera energia cinética para recarregar a bateria. Efeito de freio motor acentuado pode se selecionar por botão e, em teoria, melhora o consumo médio.
Foi muito fácil chegar a 20 km/l em trechos das vias expressas de Brasília, apesar de a cidade se situar a 1.172 m de altitude, o que diminui a potência do motor de ciclo Atkinson (patenteado em 1882) ideal para fazer par ao elétrico. Suspensões estão calibradas para maior conforto, sem comprometer o comportamento seguro em curvas.
O Prius custa 15% mais que um Corolla Altis, mas a diferença de consumo ajuda quem roda muito.
Inauguração da fábrica do grupo Jaguar Land Rover, em Itatiaia (RJ), fecha o ciclo de novos entrantes para produção de modelos mais caros. Capacidade: 24.000 unidades/ano. Range Rover Evoque e Discovery Sport têm índice de nacionalização inicial em torno de 40%. Anteriormente, Land Rover montou o Defender em São Bernardo do Campo (SP) de 1998 a 2005.
Apesar da situação do mercado de veículos (quase 50% de queda acumulada nas vendas em dois anos), o País não perdeu tanto protagonismo na região. Volkswagen é mais um grupo a ampliar a abrangência administrativa de seu principal executivo no Brasil. O sul-africano David Powels responde agora pela América do Sul, América Central e Caribe.
BMW M2 chega este mês às lojas como um cupê compacto de tração traseira (partilha a mesma arquitetura do hatch Série 1) de desempenho excepcional: acelera de 0 a 100 km/h em apenas 4,3 s. Utiliza um raro, nos dias de hoje, motor turbo de 6 cilindros em linha, 3 L, 370 cv e nada menos de 47,4 kgfm. Preço de R$ 379.950,00, ou mais de R$ 1.000 por cv.
Escalada de oferta de câmbios automáticos em carros compactos inclui os Nissan March e Versa, nas versões de 1,6 L. Marca japonesa optou por um CVT (marchas infinitas dentro de intervalo fixo de maior e menor redução), mais adequado a uma condução urbana moderada. Poupa combustível, mas é encarecido pela importação: a opção custa R$ 4.800.
Segundo pesquisa da J.D. Power do Brasil, subiu o índice de satisfação no processo de compra de veículos novos. Com menos interessados para atender, as concessionárias estão se esforçando mais para vender e procurando fidelizar os clientes. Índice de avaliação positiva subiu de 774 pontos (numa escala até 1.000), em 2015, para 793 pontos este ano.