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Anos de retrocesso

 

Estamos vivendo o fim de um ciclo, o ciclo petista, que começou em 2002 com a eleição do Lula para presidente. Esse ciclo deveria ter se encerrado em 2014 na eleição para presidente, quando tudo parecia estar se preparando para uma transformação, e o ânimo do país estava voltado para uma mudança. Não aconteceu, por um lado, por efeito de fatores completamente casuais, e também pela manipulação absurda que aconteceu na campanha eleitoral. Ao mesmo tempo, tivemos uma campanha que levou boa parte da população a acreditar no que a oposição anunciava, a saber, que a economia estava em colapso e que seria preciso fazer coisas duras para manter a economia funcionando. Eles conseguiram convencer parte da população de que tudo isso era uma mentira, uma fantasia, para conseguir ganhar a eleição e levar o povo a acreditar que tudo estava muito bem. A partir da eleição, viu-se que a situação era realmente catastrófica. E essa perspectiva ainda se mantém, pois já estamos a um ano da eleição e o País ainda não saiu do lugar, não conseguiu definir o seu rumo por causa da crise política.

Refinanciando
Em 2015, os brasileiros não só se endividaram mais — e nas modalidades mais caras de crédito — como correram para renegociar as dívidas que já tinham. Dados do relatório anual do Banco Central sobre operações de crédito, divulgado ontem, mostram aumento de 15,2% no volume de refinanciamento dos débitos atrasados das famílias, ou mais R$ 3,32 bilhões regateados com o sistema financeiro nacional. O total, que era de R$ 21,914 bilhões em dezembro de 2014, passou a R$ 25,234 bilhões no encerramento do ano passado, como reflexo da crise, do desemprego e da queda na renda. No caso das empresas, a procura pela renegociação foi ainda maior: o montante teve alta de 29,8%, saindo de R$ 80,366 bilhões para R$ 104,318 bilhões.

Dificuldades
Para especialistas, os dados ilustram o cenário conturbado que o País atravessa, com a recessão se refletindo na dificuldade das famílias em fechar suas contas. Também chama a atenção no relatório do BC o fato de o crédito rotativo — e, portanto, mais caro — ter aumentado a um ritmo muito mais acelerado do que o não rotativo (mais barato). A tomada de financiamento por cartões de crédito e cheque especial subiu 7% no ano passado (mais R$ 12,2 bilhões), enquanto o endividamento por crédito pessoal e consignado, por exemplo, teve expansão de 1,3% (mais R$ 7,7 bilhões).

O pior momento
Atravessando um dos piores momentos de sua história, a Petrobras vai cortar pelo menos 30% do número de funções gerenciais em áreas não operacionais. Em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários, a estatal afirma que há cerca de 7,5 mil funções gerenciais aprovadas, das quais 5,3 mil são em áreas não operacionais.

Corte
O corte faz parte da revisão do modelo de gestão e governança da estatal, divulgado nessa quinta. As medidas podem resultar em uma redução de custos de R$ 1,8 bilhão por ano.

Vai passar
Para Abílio Diniz, “reclamar da crise não adianta nada”, pois, a seu ver, o que o empresariado brasileiro precisa é buscar maneiras de enfrenta-la. “Em vez de olhar pela janela e procurar o culpado, olhe para o espelho e procure ver onde você errou. O que está lá fora pode até mesmo ser muito importante, mas é algo que você não consegue controlar”, disse, durante palestra proferida na HSM Expomanagement 2015, evento realizado no início de novembro, em São Paulo. Abílio, que hoje é presidente do Conselho de Aministração da Penísula Participações e também do da BRF, e membro do Conselho do Carrefour, voltou a afirmar que a turbulência que o País atravessa não tem causas econômicas, mas sim políticas – e que vai passar.

Lucrando
O Bradesco anunciou que seu lucro líquido cresceu para R$ 17,19 bilhões em 2015, um aumento de 14% em relação aos R$ 15,08 bilhões registrados no ano anterior. Trata-se do segundo maior lucro já registrado por um banco de capital aberto brasileiro, segundo dados da provedora de informações financeiras Economatica, ficando atrás somente do obtido pelo Itaú Unibanco em 2014 (R$ 20,2 bi).

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